O Centro de Operações de Emergência contra a dengue e outras arboviroses, o COE Dengue, iniciou as atividades no sábado 3. A instalação da sala contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que explicou que o centro será um espaço para coleta e análise de dados.
“Aqui é um lugar para monitoramento do cenário epidemiológico nacional, produção de informes diários sobre a situação de dengue, orientações aos estados e municípios e, também, tomada de decisões”, destacou.
Segundo a ministra, o objetivo é permitir uma maior agilidade no monitoramento e na análise do cenário da dengue para enfrentar o avanço da doença no País. Além de integrantes de todas as secretarias que compõem o Ministério da Saúde, o Centro também terá apoio de representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e dos conselhos estaduais e municipais de saúde.
O COE Dengue foi instalado na sede da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), em Brasília. A Gestão operacional do COE Dengue e outras Arboviroses está sob a responsabilidade do Departamento de Emergências em Saúde Pública, que vai fornecer o apoio técnico administrativo necessário ao funcionamento de suas atividades.
O Centro tem as seguintes tarefas:
– Planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas durante a resposta;
– Articular ações de enfretamento com os gestores estaduais e municipais do SUS e demais instituições do poder público;
– Encaminhar à Ministra de Estado da Saúde relatórios técnicos sobre a situação epidemiológica e ações de resposta;
– Divulgar à população informações relativas à resposta, situação epidemiológica e assistencial;
– Propor ao Ministério da Saúde, de forma justificada, o acionamento de equipes de saúde.
Durante a instalação do COE Dengue, Nísia Trindade destacou que o Centro busca, ainda, evitar o avanço da doença de forma que ela se torne uma emergência nacional, para além dos estados que já declararam gravidade. “A criação de um centro como esse acontece sempre que se está numa emergência nacional ou que se busca evitar essa situação. É o que nós estamos fazendo hoje”, disse.
Parceria com os municípios
No sábado 3, a ministra também coordenou uma reunião com prefeitos e secretários de saúde para reforçar a importância da união, principalmente com os gestores municipais, no combate à dengue em todo país. “A mensagem agora é de ação conjunta, do Ministério da Saúde, prefeitos, governadores e toda a sociedade. Vamos unir o Brasil contra a dengue, é hora de prevenir e cuidar”, afirmou a ministra.
De acordo com a ministra, além do centro de monitoramento, foi definido – em caso de emergências – um recurso adicional de 10% para cada estado e município. Também há uma previsão de R$ 140 milhões para ações ligadas ao atendimento da população.
Nísia lembrou que o foco dos gestores deve estar na orientação à população e na prevenção da doença por meio da eliminação dos focos do mosquito da dengue. A recomendação é não dar espaço para a proliferação do Aedes aegypti. Recipientes contendo água parada, muito grandes ou bem pequenos, podem ser criadouros de larvas do mosquito. É preciso que cada cidadão esteja atento aos riscos e vistorie, constantemente, seus espaços de habitação.
Ampliação da vacinação
Em intensa agenda durante o fim de semana para fortalecer o enfrentamento ao Aedes, a ministra da Saúde também se reuniu com o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás e com o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
A reunião teve como objetivo unir e coordenar esforços para ampliar o acesso de toda população às vacinas Qdenga, produzidas pelo laboratório japonês Takeda, e Butantan-DV, que está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan. As duas instituições manifestaram interesse em atuar em conjunto para acelerar a produção de vacinas no país.
O Brasil é o primeiro país a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema público de saúde. O SUS adquiriu a produção disponível da vacina Qdenga, tendo sido a maior aquisição do imunizante do mundo. Com o suporte do Ministério da Saúde, a Fiocruz vai somar esforços para aumentar a produção da vacina da Takeda, oferecida em duas doses à população. O Ministério da Saúde adquiriu 6,5 milhões de doses do imunizante para 2024 e 9 milhões para 2025.
AgoraRN