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Membros do governo Lula consideram presença de embaixador israelense no Brasil com "insustentável" - Foto: Reprodução
Membros do governo Lula consideram presença de embaixador israelense no Brasil com "insustentável" - Foto: Reprodução

Membros do alto escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que a permanência do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, pode se tornar “insustentável” e que a relação com o presidente dependerá das ações nas semanas seguintes.

O embaixador se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro no final de 2023 e recentemente foi convidado a participar da manifestação convocada por Bolsonaro no dia 25 de fevereiro, em São Paulo.

Na segunda-feira, Zonshine foi convocado para uma reunião fechada pelo Itamaraty. Isso aconteceu após o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, ser convocado pelo governo de Benjamin Netanyahu e, na visão do Itamaraty, ter sido humilhado. O governo brasileiro optou por retirar temporariamente o embaixador de Tel Aviv.

A crise se intensificou após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparar a guerra em Gaza aos atos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Israel classificou Lula como “persona non grata” e exige um pedido de desculpas.

Agora, entre os membros do Executivo, há preocupação com a relação dos principais representantes israelenses com os movimentos bolsonaristas. No entanto, também é considerado o impacto que teria se o Brasil precisasse solicitar a troca do embaixador israelense no país.

O Itamaraty deixou claro que responderá com “diplomacia, mas com toda a firmeza, a qualquer ataque que receber”.

Segundo fontes do alto escalão do Palácio do Planalto, a decisão de não expulsar o israelense do Brasil após o encontro com Bolsonaro foi tomada para manter um canal de comunicação e diálogo entre os dois governos, especialmente devido à presença de brasileiros em Gaza.

“A tolerância do governo com ele foi bastante elevada”, afirmou um membro do Executivo. No entanto, essa tolerância foi gravemente afetada pelos acontecimentos recentes.

O encontro de novembro com Bolsonaro foi considerado, nos corredores do Itamaraty, uma violação grave de protocolo, uma interferência na política interna e uma relação complicada com um personagem público que está inelegível.

Na época, a decisão do governo foi abafar a crise, considerando que qualquer ruptura com Israel dificultaria a retirada dos brasileiros de Gaza.

Alguns embaixadores chegaram a alertar que o encontro sugere que Israel continua considerando Bolsonaro um ator legítimo da política nacional, apesar dos atentados golpistas de 8 de janeiro, dos processos contra o ex-presidente e de sua inelegibilidade.

Internamente, o encontro foi classificado como uma violação de princípios diplomáticos fundamentais e uma provocação deliberada.

AgoraRN

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