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Cercados de apoiadores, líderes partidários portugueses enfrentaram a chuva desta sexta-feira (8) para finalizar duas semanas de campanha para o que deve ser uma acirrada disputa eleitoral e pode encerrar oito anos de governo socialista.

A eleição de domingo, que ocorre dois anos antes do previsto, foi convocada após o primeiro-ministro, o socialista António Costa, renunciar em novembro na esteira de investigação sobre supostas ilegalidades na administração estatal de grandes projetos de investimento.

Segundo as pesquisas, a eleição não deve produzir um claro vencedor, e o partido de extrema-direita Chega pode ter um papel decisivo em negociações para uma coalizão. O país se prepara para comemorar 50 anos da queda da ditadura fascista.

Na última eleição, em janeiro de 2022, o Partido Socialista, de Costa, obteve a maioria, com mais de 41% dos votos. A implosão do governo levou o apoio para menos de 30%, pouco atrás da coalizão de direita, chamada Aliança Democrática (AD).

O líder da AD, Luís Montenegro, da principal sigla de oposição Partido Social-Democrata (PSD), encontrou-se com centenas de animados apoiadores nesta sexta-feira em frente a um mercado local em Lisboa e caminhou por uma avenida enquanto alguns motoristas buzinavam em apoio a ele. “Temos de virar isso”, afirmou Noel Menezes, um apoiador do AD, de 49 anos, decepcionado com as políticas aplicadas pelo Partido Socialista desde que chegou ao poder, em 2015. “Nossa esperança é uma só: a vitória… e venceremos.”

Sob o governo socialista, a economia portuguesa cresceu de maneira sólida acima dos 2% ao ano, com exceção da queda provocada pela pandemia, em 2020. Mesmo assim, o país permanece como um dos mais pobres da Europa Ocidental, e muitas pessoas lutam para sobreviver com salários baixos e uma crise habitacional.

Montenegro descartou qualquer acordo com o Chega, e a apoiadora do AD Raquel Lourenço, uma advogada de 26 anos, se mostrou confiante de que ele honrará a palavra: “É algo que não ocorrerá. Eu tenho certeza”.

Mas, no ato do Partido Socialista nesta sexta, a apoiadora Luísa Patrício, de 66 anos, disse lembrar da vida antes da democracia, e que o líder socialista Pedro Nuno Santos é fundamental para impedir o crescimento da extrema-direita. “Não podemos permitir que a direita e a extrema-direita levem os poucos direitos que temos”, disse ela, segurando um guarda-chuva para se proteger do tempo ruim.

Ao fim do ato, Nuno Santos subiu em um pequeno palco e agradeceu às centenas de apoiadores que enfrentaram o mau tempo. Ele prometeu trabalhar até o último minuto para assegurar a vitória.

Pouco após o ato socialista, um número menor de apoiadores do Chega marchou pela mesma rua em Baixa-Chiado, um dos bairros mais famosos de Lisboa. Pesquisas indicam que o partido, liderado pelo ex-comentarista esportivo André Ventura, pode levar entre 15% e 20% das preferências.

Ventura, que vestia nesta sexta-feira uma bandeira portuguesa em volta do pescoço, é conhecido por sua retórica anti-imigração e promessas de destronar as legendas tradicionais, acabar com a corrupção e reduzir os impostos.

* É proibida a reprodução deste conteúdo

Agência Brasil

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