O Senado da Argentina rejeitou nessa quinta-feira (14) o megadecreto de reformas econômicas do presidente Javier Milei, um duro golpe na agenda de austeridade do líder libertário, que tenta remediar a economia do país.
Economista polêmico, cujo partido tem minoria no Congresso, Milei assumiu o cargo em dezembro e usou seus poderes para editar decretos presidenciais e implementar medidas que vão de privatizações a reformas trabalhistas.
O decreto, que originalmente continha mais de 600 artigos, foi rejeitado em uma votação de 42 a 25, com quatro abstenções, mas só poderá ser definitivamente descartado se também for rejeitado pela Câmara dos Deputados.
O partido do presidente tem minoria nas duas casas.
A votação dessa quinta-feira representou uma segunda derrota legislativa depois que os parlamentares, no mês passado, impediram um pacote separado de reformas abrangentes.
O senador da oposição Martín Lousteau disse que seu voto contra o decreto foi muito simples: “ele é inconstitucional”.
O decreto de dezembro, assinado apenas alguns dias após o início do governo do novo presidente, deu início ao tratamento de choque de Milei para os problemas econômicos crônicos da Argentina, plano que incluiu a desvalorização do peso em mais de 50%.
As medidas do governo conseguiram mover os desequilíbrios fiscal e comercial do país em direção favorável, ao mesmo tempo em que afetaram grande parte da população. A inflação anual subiu para 276% no mês passado, com os níveis de pobreza atingindo 57% da população.
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Agência Brasil