O Hamas apresentou proposta de cessar-fogo em Gaza a vários mediadores e aos Estados Unidos. O documento inclui a libertação de reféns israelenses – entre os quais mulheres, crianças, idosos e doentes – em troca da libertação de 700 a mil prisioneiros palestinos, incluindo 100 que cumprem penas de prisão perpétua.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o acordo se baseia em “exigências irrealistas” mas que, ainda assim, o assunto será levado aos gabinetes de guerra e de segurança nesta sexta-feira.
No acordo, ao qual a agência Reuters teve acesso, o Hamas diz que a data para um cessar-fogo permanente e o prazo para a saída das forças israelenses de Gaza podem ser acertados após a troca de reféns e prisioneiros.
O documento prevê ainda que todas as pessoas feitas reféns ou presas sejam libertadas numa segunda fase.
O Egito e o Catar têm sido os principais mediadores dos acordos de cessar-fogo apresentados desde o início do conflito, em 7 de outubro do ano passado, procurando reduzir as divergências entre Israel e o Hamas.
A crise humanitária na região é cada vez mais profunda, com um quarto da população na Faixa de Gaza passando fome enquanto é constantemente exposta a ataques de Israel.
Na última madrugada, segundo o Hamas, 20 pessoas morreram em ataque aéreo, quando uma multidão aguardava a distribuição de ajuda humanitária. Israel negou a acusação.
Segundo o grupo radical, as negociações para um cessar-fogo falharam nas últimas semanas devido à rejeição de Netanyahu em relação às exigências do Hamas, que incluem cessar-fogo permanente, retirada israelense da Faixa de Gaza, a volta dos deslocados no Sul do enclave, ao centro e ao norte, e o aumento da ajuda humanitária sem restrições.
No fim de fevereiro, o Hamas recebeu proposta resultante de negociações para trégua em Gaza, feitas em Paris. O documento incluía pausa de 40 dias em todas as operações militares e troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses numa proporção de dez para um, números que se assemelham aos da mais recente proposta do Hamas.
O grupo extremista disse que iria estudar a proposta, mas Israel rejeitou-a prontamente, insistindo que o seu objetivo, a longo prazo, de pôr fim à guerra apenas terminaria com a destruição do Hamas.
Os ataques aéreos, terrestres e marítimos contra Gaza já mataram mais de 31 mil pessoas e feriram cerca de 71.500 desde outubro, de acordo com as autoridades de saúde do território. O conflito alastrou-se, entretanto, a outras partes do Oriente Médio.
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Agência Brasil