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Venezuela. 23-03-2024 Líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado  REUTERS/Gaby Oraa.
© FOTO REUTERS/Gaby Oraa.

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, disse nesta sexta-feira (22) que, diante dos obstáculos colocados pelo governo, o bloco oposicionista decidiu por unanimidade nomear uma renomada intelectual para ser registrada como candidata nas eleições presidenciais de julho próximo.

A nomeação de Corina Yoris, uma doutora em história de 80 anos, ocorre em face da desqualificação de María Corina Machado depois que o gabinete da procuradoria anunciou no início desta semana a prisão de dois aliados, próximos da líder da oposição, e também disse que havia mandados de prisão para outros sete, incluindo a suposta substituta de Machado, Magalli Meda.

Com o prazo final para as indicações de candidatos até 25 de março, Machado e a Plataforma Unitária tiveram que decidir qual candidatura registrar no Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Machado, uma engenheira industrial de 56 anos que está impedida de buscar um cargo eletivo, falou em Caracas após uma reunião com representantes de pelo menos 10 partidos que compõem a chamada Plataforma Unitária, ou a coalizão de oposição que busca derrotar o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho.

A líder da oposição disse que continuará a buscar sua qualificação, mas “para não dar desculpas” ao governo, eles registrariam Yoris em um dos dois partidos de oposição autorizados pelo CNE. Meia dúzia de outros grupos políticos de oposição foram vetados pelo órgão eleitoral, visto pelos críticos e pela oposição como um braço do governo.

“Encontramos uma pessoa da minha total confiança, honrada, que irá concluir este processo com o apoio e a confiança de todos”, disse María Corina Machado. “Minha luta pela desqualificação não para.”

“Vou continuar a percorrer a Venezuela e aqui vamos nós juntos”, disse a líder da oposição com Yoris ao seu lado enquanto os apoiadores gritavam “outra Corina, outra Corina!”

Yoris disse que, se ganhar a Presidência nas eleições de 28 de julho, sua primeira medida seria libertar pelo menos 250 presos políticos, incluindo militares e civis.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Matthew Miller criticou nesta sexta-feira as últimas ações de Maduro.

“A decisão de Maduro e seus representantes de prender dois membros da campanha da principal candidata da oposição e emitir mandados para outros sete representa uma escalada perturbadora da repressão”, disse Miller em um comunicado.

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Agência Brasil

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