A diretora-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Amy Pope, pediu nesta sexta-feira (12) mais solidariedade com a Ucrânia, afirmando que 40% da população do país, ou seja, 14,6 milhões de pessoas, precisam de ajuda humanitária.
O número de pessoas que precisam de ajuda “continua a crescer a cada dia”, à medida que a guerra, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022, entra numa fase prolongada, afirmou a diretora, em comunicado divulgado no fim de uma visita de cinco dias ao território ucraniano.
Só nas linhas da frente do combate com a Rússia, há mais de 3,3 milhões de pessoas, incluindo 800 mil crianças, que necessitam urgentemente de ajuda, de acordo com as estimativas da OIM, agência da Organização das Nações Unidas.
Durante a viagem, Amy Pope visitou áreas fortemente danificadas, incluindo as cidades de Odessa e Mykolaiv, e prestou “homenagem à resiliência do povo ucraniano e aos esforços de recuperação liderados pelas autoridades locais e nacionais”, disse a organização na mesma nota, acrescentando que a diretora-geral está hoje em Kiev.
“Sinto-me inspirada e honrada pela força daqueles que conheci – mulheres que viajaram de regiões que estavam sob ataque ativo, que partiram com muito pouco além das roupas do corpo e os filhos no carro”, disse Pope, depois de ter se encontrado com pessoas deslocadas num abrigo apoiado pela OIM na cidade de Mykolaiv.
“As pessoas deslocadas e as comunidades de acolhimento precisam de ajuda urgente porque continuam a sofrer ataques de mísseis, destruição de infraestruturas e frequentes cortes de energia”, reiterou.
Nessa quinta-feira, numa mesa-redonda com doadores, a diretora-geral da OIM pediu à comunidade internacional para “manter o rumo na ajuda à Ucrânia e não virar as costas neste momento crítico”.
De acordo com o Plano de Resposta Estratégica da OIM para a Ucrânia e os Países Vizinhos, lançado em janeiro passado, a agência necessita de 1,4 bilhão de euros para ajudar a Ucrânia e 11 países da região durante os próximos três anos.
Só na Ucrânia, e para este ano, serão necessários cerca de 350 milhões de euros.
A visita serviu também para um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e com a vice-primeira-ministra e ministra da Economia, Yulia Svyrydenko, com quem assinou acordos de cooperação bilateral para a reconstrução do país e revitalização econômica.
“Estamos gratos à OIM por ajudar as famílias ucranianas. Em primeiro lugar, com habitação. Esta é uma prioridade máxima para aqueles cujas vidas foram destruídas pela guerra”, afirmou Zelensky durante o encontro.
A guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ofensiva militar com o pretexto de defender os territórios pró-russos e “desnazificar” o país.
A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamentos para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.
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Agência Brasil