O Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (ITEP/RN), através do Laboratório de Genética Forense (LGF), participará da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, organizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e que ocorre entre 26 e 30 de agosto.
A campanha faz parte da Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas e visa ajudar na localização e identificação de indivíduos desaparecidos em todo o país. No Rio Grande do Norte, as coletas serão realizadas no Laboratório de Genética Forense, em Natal, Unidade Regional de Mossoró e Unidade Regional de Caicó (confira os endereços no fim do texto).
O objetivo principal é reunir amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas para comparar com os bancos de dados estaduais e federal que formam a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos.
Os dados sobre pessoas desaparecidas no Brasil atualmente possuem duas principais fontes: Sinesp-VDE e o Relatório Estatístico das Autoridades Centrais. As informações obtidas de formas diferentes e com diferentes objetivos são disponibilizadas no site da campanha https://www.gov.br/mj/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/desaparecidos.
De 2019 a 2021, mais de 200 mil pessoas desapareceram no Brasil, o que dá uma média de 183 desaparecimentos por dia. Os dados são do estudo Mapa dos Desaparecidos no Brasil, divulgado hoje (22) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os números, no entanto, podem ser ainda maiores. Isso porque o Brasil não conta hoje com um cadastro nacional para contabilizar esses casos. “Esse é um número muito elevado e, quando a gente verifica, por exemplo, as taxas de reencontro de pessoas produzidas pelas polícias, elas são muito menores. Ou seja, a gente nem consegue hoje dimensionar a quantidade de pessoas que efetivamente estão desaparecidas no Brasil”, disse Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista hoje (22) à Agência Brasil e à TV Brasil.
Durante esse período, 112.246 pessoas foram localizadas. O número parece alto, no entanto, segundo Samira, é importante destacar que as pessoas que foram localizadas nesse período não necessariamente desapareceram entre os anos de 2019 e 2021.
“No último ano, tivemos um total de 34 mil pessoas localizadas, uma taxa de 16,6%. Mas, veja, desaparece quase o dobro [de pessoas] todo ano. E temos mais um problema nessa estatística: quando a gente olha o número de pessoas localizadas, precisamos ter a clareza de que essa pessoa não necessariamente desapareceu naquele ano. Então, não podemos fazer uma conta em relação ao total de pessoas desaparecidas naquele ano e o total de pessoas localizadas porque essas pessoas localizadas podem estar perdidas há mais de dez anos”, destacou ela.