Tribuna do Norte – Seridoense de Caicó, a Trapiá Companhia Teatral tem agenda cheia neste ano. Único representante potiguar selecionado no projeto Palco Giratório 2018, do SESC, o grupo vai percorrer as cinco regiões do país com uma série de 25 apresentações do espetáculo “P’s” (2014). O início da caminhada é só em abril, mas para já ir esquentando, a trupe fará uma apresentação comemorativa no dia 27 de março, em Caicó, no Centro Cultural Adjuto Dias – reaberto para o público há poucos meses.
Esta é a primeira a primeira vez que a Trapiá é escalada para o Palco Giratório – ação de difusão e intercâmbio de artes cênicas, sendo uma das maiores iniciativas do tipo no Brasil. A companhia foi criada em 2014 e é composta por artistas das artes cênicas, música e artes visuais. Ela foi selecionada para o projeto ao lado de outras sete: O Imaginário (RO), Cia Marginal (RJ), Teatro de Concreto (DF), Quatroloscinco – Teatro do Comum (MG), Coletivo Negro (SP), Grupo Teatral Boca de Cena (SE) e Coletivo Errática (RS).
Em comum, esses oito grupos contam com espetáculos que dão voz aos que mais necessitam: encarcerados, negros, pobres, mulheres. Em suas peças, as companhias mostram as artes cênicas como lugar de resistência em meio a tantas violações de direitos e falta de conexão entre as pessoas, ainda que o mundo ofereça os mais diferentes pontos de contato.
O espetáculo da Trapiá Cia Teatral, “P’s”, tem texto de Gregory Haertel e é inspirado em “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão”, obra na qual Michel Foucault descreve e analisa um caso real de parricídio acontecido na primeira metade do século XIX. Em “P’s” a trama é levada para uma vila do sertão nordestino. É nesse ambiente que que o jovem P. assassina brutalmente alguns de seus familiares. A direção é de Lourival Andrade, com atuação de Alexandre Muniz.