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Roosevelt é um dos estudantes da Ufersa que permanecem em Israel / Foto: reprodução

Os estudantes potiguares da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Francisco das Chagas Barbalho Neto e Roosevelt de Araújo Sales Júnior, afirmaram em entrevista ao AGORA RN nesta segunda-feira 9 que a nova recomendação da embaixada brasileira em Israel é a de “não locomoção” pelas cidades da região.

Atualmente, os estudantes se encontram em Moshav Hatzeva, ao sul de Israel, próximo à fronteira com a Jordânia. Eles informaram que já solicitaram à embaixada sua repatriação e que estão aguardando orientações para um retorno ao Brasil de maneira “segura e tranquila”.

“Com relação ao nosso retorno estamos no aguardo do Itamatary e das recomendações por parte deles para poder fazer esse retorno de forma sã e salva. De forma segura e tranquila. Ainda não existe uma previsão de relação à quando será, mas eu espero que seja o mais próximo possível. Entendemos também que existem outras pessoas que estão em situações mais precárias e de risco maior e estão certamente na frente”, afirmou Roosevelt.

 

“Não temos autorização da embaixada brasileira para nos locomover”

Diante da escalada do conflito, a nova orientação da embaixada brasileira é que os estudantes potiguares não deixem a cidade de Moshav Hatzeva. Francisco Chagas, que chegou a Israel na terça-feira 3, explicou que, apesar de estarem distantes dos conflitos, o sentimento de medo os levou a solicitar a repatriação.

Rota de Moshav Hatzeva, ao sul de Israel, próximo à fronteira com a Jordânia / Foto: Google Maps
Rota de Moshav Hatzeva, ao sul de Israel, próximo à fronteira com a Jordânia / Foto: Google Maps

“Nós demonstramos interesse na nossa repatriação porque existe esse sentimento de medo. Não de insegurança, porque na cidade em que nós estamos está segura. A cidade está muito longe de todo o caos que está acontecendo nas grandes cidades. Existe esse medo, então nós demonstramos o interesse na repatriação.”

Estudantes potiguares em vídeo / Foto: reprodução
Estudantes potiguares em vídeo / Foto: reprodução

Chagas acrescentou que a última informação recebida, inclusive da reitora da Ufersa, é que eles não têm permissão da embaixada brasileira para se deslocar para outras cidades por terra.

“A reitora acabou de nos informar que ainda não temos autorização da embaixada brasileira para nos locomover para qualquer cidade por terra para poder ir embora para o Brasil, porque a situação ainda está muito complicada nas regiões atacadas. A gente está longe, mas ir de carro para outra cidade é muito perigoso”, afirmou Chagas ao AGORA RN.

Estudantes em Israel

Os estudantes, que foram a Israel para um programa de intercâmbio acadêmico em parceria com uma empresa de biotecnologia, originalmente tinham a intenção de permanecer por 45 dias em um estágio acadêmico e retornar ao Brasil em 16 de novembro. Eles estão contribuindo com pesquisas em aquaponia e biotecnologia, incluindo a produção de camarão, como parte de sua participação no programa.

Francisco das Chagas, estudante das Ufersa / Foto: Reprodução
Francisco das Chagas, estudante das Ufersa / Foto: Reprodução

“Aqui onde nós estamos só temos eu e Roosevelt pela Universidade. Nós passamos pelo intercâmbio em um edital em que foi proposto em uma parceria com a Ufersa e uma empresa sediada em Moshav Hatzeva [Israel], e que nós dois fomos contemplados. Foram duas vagas, uma para graduação e outra para Pós. Eu passei na vaga para graduação e sou aluno de Biotecnologia, e Roosevelt na Pós graduação de Ciência Animal”, afirmou.

Nota do Itamaraty sobre a situação em Israel e Palestina:

O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Tel Aviv e do Escritório de Representação em Ramala, segue acompanhando a situação dos turistas e das comunidades brasileiras em Israel e na Palestina. O Itamaraty tem registro de três brasileiros desaparecidos na região até o momento.

O governo brasileiro desaconselha quaisquer deslocamentos não essenciais para a região.

Até o momento, a Embaixada em Tel Aviv colheu, por meio de formulário “online”, os dados de cerca de 1700 brasileiros que externaram interesse em sua repatriação, a maioria dos quais turistas, hospedados em Tel Aviv e Jerusalém. Os candidatos à repatriação serão acomodados em listas de prioridade. Em um primeiro momento, deverão ser priorizados os residentes no Brasil, sem passagem aérea.

Face à incerteza quanto ao momento em que poderão ocorrer os voos de repatriação, o Ministério das Relações Exteriores reitera recomendação de que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar.

Os sobrevoos e pousos das aeronaves destacadas para repatriação de brasileiros foram autorizados por Israel. A primeira aeronave destacada para repatriação encontra-se em Roma. O segundo avião tem decolagem, de Brasília, prevista para a tarde de hoje.

O Escritório de Representação em Ramala segue em contato com os brasileiros na Faixa de Gaza e, tendo em conta a deterioração das condições securitárias na área, está implementando plano de evacuação desses nacionais da região, em coordenação com a Embaixada do Brasil no Cairo.

Os plantões consulares da Embaixada em Tel Aviv (+972 (54) 803 5858) e do Escritório de Representação em Ramala (+972 (59) 205 5510), com “Whatsapp”, permanecem em funcionamento para atender nacionais em situação de emergência.

O plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.

AgoraRN

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