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Segundo dados da Abraciclo, vendas de motocicletas cresceram 30% no ano passado em relação ao ano anterior; maior número nos últimos 11 anos / Foto: José Aldenir - Agora RN
Segundo dados da Abraciclo, vendas de motocicletas cresceram 30% no ano passado em relação ao ano anterior; maior número nos últimos 11 anos / Foto: José Aldenir - Agora RN

Com o uso de viagens por aplicativos cada vez mais comum na capital do Rio Grande do Norte, usuários são atraídos pelo preço baixo da modalidade de motocicletas em comparação com viagens de carro. O AGORA RN entrou em contato com usuários dos aplicativos de transporte para entender como eles avaliam esses serviços.

Para o universitário Fernando Azevêdo, andar de moto por meio dos aplicativos é mais prático. Ele contou que costuma utilizar o meio de transporte quase todos os dias e que prefere a modalidade de motocicleta. “Prefiro porque é mais acessível e mais rápida. Uso muito as plataformas de transporte porque, infelizmente, não me sinto seguro andando na rua à noite”, relatou.

O estudante disse que já leu e ouviu diversos relatos de situações inoportunas e por isso tem receio, mas continua utilizando a modalidade de moto. “Se o carro fosse tão acessível quanto a moto, com certeza eu andaria de carro. Quanto ao perigo de acidentes, acho que depende muito da condução do motorista e do trânsito”, argumentou.

Ele pontua a importância de utilizar o capacete, mas destaca o cuidado ao usar o equipamento de proteção. “Uso sempre uma touca de cetim para amenizar os efeitos disso no meu cabelo, senão ele ficaria todo amassado”, ressaltou.

Já para a estudante Gabrielly Venceslau, se locomover de moto por meio dos aplicativos é sinônimo de insegurança, além disso, não se sente à vontade no veículo. “Eu não ando porque além de não me sentir à vontade com toda a proximidade com um estranho, não acho seguro, tenho medo de acidente”, disse.

“Por mais que as pessoas falam que é mais rápido a moto, é um veículo que eu vou estar sozinha com o motorista e isso me deixa insegura”, completou. Gabrielly também afirmou que não costuma realizar viagens por aplicativos quando está sozinha, pois sente muita insegurança ao viajar desacompanhada.

Desde 2020, aplicativos de viagens como o Uber anunciaram a chegada ao Brasil do serviço da modalidade com motocicletas. Em Natal, o início foi em fevereiro de 2022, assim como em Mossoró, no Oeste Potiguar. De acordo com a empresa, a categoria é a opção mais econômica para os usuários e afirma que o serviço conta com todos os recursos de segurança do app para usuários e motoristas parceiros.

A estudante universitária Rebeca Almeida concorda e conta que utiliza a modalidade especialmente pelo preço, que tende a ser o mais baixo da plataforma, e pela rapidez dos deslocamentos. “É o meio de transporte que mais utilizo, é ao menos uma vez por semana. Eu uso também porque gosto de motos, o preço normalmente é menos da metade do carro e eu chego nos lugares bem mais rápido também”, completou.

No entanto, Rebeca ressalta que a segurança não é a principal qualidade da categoria das viagens por moto. “Dizer que é seguro seria exagero, pelo baixo preço e pela rapidez a gente acaba deixando a segurança um pouco de lado, mas 90% dos motoqueiros que andei até agora eram super prestativos e corretos no trânsito”, concluiu.

Após boom em viagens, venda de motocicletas registra aumento em 2023

“É uma das alternativas que paga muito bem”, afirmou o piloto de moto por aplicativos Marcos Veras. Ele trabalha por meio do app Uber há mais de um ano e conta que diariamente, faz cerca de 20 a 25 corridas e consegue uma boa renda a partir da atividade, além de ter a oportunidade de escolher os próprios dias de folga.

Segundo o piloto, comparado aos outros trabalhos que teve, a função que exerce hoje paga ainda melhor. “Referente a outros trabalhos, ele [o app Uber] paga melhor. É pago por quilômetro, é em torno de 1 real por quilômetro, então você faz uma metazinha de fazer cinco, 10 ou 20 viagens por dia e dá uma diária legal”, narrou.

Antes, Marcos trabalhava em um órgão público e tinha uma rotina de trabalho de segunda a sábado, mas viu no aplicativo uma oportunidade melhor e uma vantagem de escolher tirar dias de folga sempre que quisesse. “Eu trabalhava de segunda a sábado, quase não tinha folga, era muito estressante e eu optei sair de lá pra estar rodando como motociclista porque pra mim era mais viável”, disse.

O motociclista Leandro Soares também acredita que trabalhar como piloto em aplicativos tem maiores vantagens. Ele contou ao AGORA RN que consegue fazer cerca de 30 corridas por dia e que a renda que consegue na função “dá para sobreviver”. “Eu comecei na Uber com o carro, mas quando apareceu a modalidade de moto eu preferi porque é mais econômico”, afirmou.

Em todo o Brasil, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), entidade que representa o setor, mais de 357 mil motos foram emplacadas nos primeiros três meses de 2023. Aumento de 30% em relação ao mesmo período de 2022.

Em 11 anos, as vendas de motocicletas tiveram o maior número, deixando 2023 atrás somente de 2012, quando foram licenciadas 442.512 unidades do veículo. Além disso, a fabricação de motos no primeiro trimestre de 2023 também teve incremento em relação ao mesmo período do ano anterior – 21,4% maior que em 2022.

AgoraRN

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