Maior partido entre os que apoiam a pré-candidatura de Paulinho Freire à Prefeitura do Natal, o PL está rachado. Enquanto o senador Rogério Marinho, líder da sigla, defende o apoio a Paulinho, os deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves sustentam que o PL deveria lançar um nome próprio, mais afinado com as pautas do bolsonarismo. No evento de ontem que lançou a pré-candidatura de Paulinho, os três deputados do PL não compareceram: Girão, Gonçalves e Robinson Faria. Também não estiveram presentes os dois deputados estaduais: Coronel Azevedo e Terezinha Maia.

Perguntado sobre o racha interno ontem, Marinho disse que vai conversar melhor com os colegas do PL, mas que a decisão está tomada. “A nossa decisão [de apoiar a pré-candidatura de Paulinho] é uma decisão amadurecida. É importante colocar que, mesmo ouvindo todo mundo, o partido tem um presidente. O presidente do diretório estadual, que tem a responsabilidade de, ouvindo os seus integrantes, tomar decisões que levem em consideração o projeto de partido, o projeto do grupo e a nossa afinação com o projeto nacional. O PL vai se preparar para fazer o maior número de deputados federais após as eleições municipais”, disse Rogério.

“A pré-candidatura de Paulinho Freire é fruto de quase 5 meses de conversas que aconteceram com várias das pessoas que aqui estão e outros líderes partidários, inclusive internamente, dentro do PL”, acrescentou.

Rogério Marinho disse que a convenção vai ocorrer entre julho e agosto. Ele disse que vai trabalhar para o PL estar unido na eleição, pensando em um projeto para Natal. “Nós temos um projeto muito maior que, necessariamente, precisa ser compartilhado com outros partidos”, disse sobre o Partido Liberal.

“Tanto Carlos Eduardo como Álvaro Dias são duas faces da mesma moeda, do imobilismo e da estagnação da cidade”, citou Rogério dizendo que ele e o senador Styvenson Valentim (Podemos) vão ajudar a conquistar melhorias para a cidade.

“Natal, entre as nove cidades que são capitais do Nordeste brasileiro, é a única que não tem a sua orla urbanizada e modernizada. Nós estamos há 20 anos estagnados”, afirma ao relatar que não faltou apoio e recursos para resolver o problema.

Ainda durante o evento, Rogério Marinho foi questionado se lançaria seu nome como candidato ao Governo do Estado em 2026. Não negou, mas respondeu da seguinte forma: “Temos a eleição de 2024, que antecede qualquer posicionamento”.

Depois disso, Rogério falou que o momento é de se debater o projeto para Natal, tecendo elogios a Paulinho Freire.

Sargento Gonçalves afirma que não vai apoiar Paulinho

Em nota publicada nas redes sociais, Gonçalves disse que, “pelo menos neste momento”, não vai seguir a orientação do presidente estadual do partido, o senador Rogério Marinho (PL), por não ver em Paulinho um legítimo “representante da direita”.

“Respeito a decisão do presidente estadual do Partido Liberal, o senador Rogério Marinho, e não irei me insurgir contra ele. Mas, em conversa com o senador, deixei claro que não irei apoiar o projeto da pré-candidatura do deputado Paulinho Freire, pelo menos, neste momento”, enfatizou Gonçalves.

Na avaliação de Gonçalves, Paulinho Freire não representa a direita por ter votado, no primeiro ano de mandato, em pautas defendidas pelo governo do presidente Lula (PT). “Neste momento, continuo afirmando que espero votar em alguém que represente os ideais e princípios de direita, conservadores e principalmente, que seja de fato e de verdade oposição à esquerda”, destacou.

“Não tenho nenhum problema de ordem pessoal com o deputado Paulinho Freire, mas constatamos, de acordo com o site Placar Congresso, que o mesmo votou 66% com o governo Lula. Então não há como sustentar um argumento que este político é oposição ao câncer que destrói o nosso Estado e Nação e que tanto combatemos, às duras penas, ao custo de muito suor, lágrimas e até sangue de bravos e honrados brasileiros”, escreveu o deputado federal do PL.