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13 04 Obras de calcadas na Av. Amintas Barros F Alex Regis 16
Obra das calçadas - Foto: divulgação/Prefeitura do Natal

Em um mundo onde a urbanização se acelera, urge repensar nossos espaços urbanos. Um conceito merece destaque neste cenário: a caminhabilidade, que se refere à capacidade de uma área urbana de oferecer condições seguras, confortáveis e atraentes para a locomoção a pé. Infelizmente, muitas cidades brasileiras, como Natal, desprezam essa necessidade, priorizando o automóvel em detrimento do pedestre.

Bairros como Lagoa Nova, Candelária ou Ponta Negra, em Natal, exemplificam perfeitamente a falta de caminhabilidade. Aliás, na quase totalidade dos bairros, o direito de ir e vir a pé é constantemente desafiado pela falta de infraestrutura adequada: calçadas interrompidas, falta de sinalização, e uma nítida ausência de planejamento urbano voltado para pedestres. Esse cenário não apenas desencoraja a caminhada como atividade física, mas também torna os deslocamentos funcionais do dia a dia uma verdadeira odisseia urbana, empurrando a população para uma dependência total do automóvel.

A importância de incentivar a caminhabilidade vai além do simples ato de caminhar. Está ligada a benefícios amplos. Para a saúde pública, incentivar as pessoas a caminhar reduz doenças crônicas, como as cardiovasculares e a obesidade. No aspecto ambiental, menos carros nas ruas significam menos emissões de poluentes, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. E do ponto de vista social, espaços urbanos pensados para pedestres favorecem a interação social e o senso de comunidade.

Neste contexto, a responsabilidade dos gestores municipais torna-se evidente. É imperativo que nossos líderes reconheçam a caminhabilidade não como uma dádiva pontual, mas como um direito fundamental dos cidadãos. Isso implica em investir em infraestrutura urbana que promova a mobilidade a pé: calçadas contínuas e bem conservadas, faixas de pedestres bem sinalizadas, iluminação adequada, e espaços urbanos que convidem à permanência e ao lazer.

Além disso, é fundamental que haja uma mudança de paradigma no planejamento urbano, adotando uma visão mais humana e menos centrada no automóvel. Isso implica em entender o espaço urbano não apenas como um lugar de passagem, mas como um local de vivência e interação social. A integração de áreas verdes, a criação de zonas de baixa velocidade para veículos, e a implementação de mobiliário urbano que convide ao descanso e à contemplação são apenas algumas das medidas que podem ser adotadas para promover uma cultura de caminhabilidade.

A caminhabilidade é um indicativo de qualidade de vida urbana e deve ser prioridade dos próximos prefeitos e prefeitas. Chegou o momento de repensarmos nossas cidades, não para os carros, mas para as pessoas.

AgoraRN

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