A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira (16) que estava tentando obter acesso ao maior hospital em funcionamento em Gaza, o Hospital Nasser, após uma operação israelense.
“Ainda há pacientes gravemente feridos e doentes dentro do hospital”, disse o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic.
“Há uma necessidade urgente de fornecer combustível para garantir a continuidade da prestação de serviços que salvam vidas… Estamos tentando obter acesso porque as pessoas que ainda estão no complexo médico Nasser precisam de assistência.”
O maior hospital em funcionamento de Gaza está sitiado, nesta sexta-feira, com pacientes e médicos desamparados no caos, enquanto aviões de guerra atacam Rafah, o último refúgio dos palestinos no enclave, segundo autoridades.
As forças israelenses disseram na quinta-feira (15) que invadiram o complexo de saúde, e imagens mostraram gritos e tiros em corredores escuros, em uma incursão que gerou um novo alarme sobre o destino de centenas de pacientes e profissionais da área médica, além dos muitos palestinos deslocados que buscaram abrigo no local para fugir dos combates.
Os militares israelenses chamaram a incursão no Hospital Nasser de “precisa e limitada” e disseram que ela se baseou em informações de que militantes do Hamas estavam escondidos e mantinham reféns na instalação, com alguns corpos de prisioneiros possivelmente lá.
O Ministério da Saúde de Gaza afirmou hoje que cinco pacientes do hospital morreram na terapia intensiva em decorrência da falta de energia e da interrupção do fornecimento de oxigênio.
Os militares israelenses disseram ainda que suas tropas haviam detido mais de 20 palestinos que, segundo eles, estavam envolvidos no ataque de 7 de outubro e detiveram dezenas de outros para interrogatório. Os soldados também encontraram munição e armas no hospital.
A guerra começou quando o Hamas enviou combatentes para Israel, matando 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e fazendo 253 reféns, de acordo com os registros israelenses.
Desde então, a ofensiva aérea e terrestre de Israel devastou a minúscula Gaza, matando 28.775 pessoas, também em sua maioria civis, segundo as autoridades de saúde palestinas, e forçando quase todos os seus mais de 2 milhões de habitantes a deixarem suas casas.
*Com informações de Gabrielle Tétrault-Farber e Nidal al-Mughrabi, Repórteres da Reuters
Agência Brasil