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Russian opposition leader Alexei Navalny is escorted by police officers after a court hearing, in Khimki
© Reuters/Evgeny Feldman/Meduza/Direitos reservados

Investigadores russos informaram que vão realizar uma perícia nos restos mortais do opositor russo Alexey Navalny durante pelo menos 14 dias e só depois deverão entregar o corpo à família. A informação foi dada nesta segunda-feira (20) pelos advogados de  Navalny.

“Os investigadores disseram aos advogados e à mãe de Alexei que não vão devolver o corpo, sobre o qual será feita uma ‘perícia química’, por mais 14 dias”, escreveu no X a porta-voz da família Navalny, Kira Iarmich.

A informação surge três dias após o anúncio da morte de Navalny, de 47 anos, principal opositor do regime russo que estava detido numa prisão no Ártico, na região de Yamal, onde cumpria pena de 19 anos.

“O corpo de Navalny está escondido para esconder os vestígios de assassinato. Os 14 dias de ‘testes químicos’ são uma mentira descarada”, acusou a porta-voz.

Nessa segunda-feira, os investigadores russos tinham dito à mãe e aos advogados de Alexei Navalny que a apuração sobre sua morte tinha sido “prolongada” e negaram, pelo terceiro dia consecutivo, o acesso da família ao corpo.

“Não sabemos quanto tempo isso vai durar. A causa da morte ainda é ‘indeterminada’. Estão a mentir, a ganhar tempo e nem escondem isso”, acrescentou Kira.

Hoje mesmo, a mãe do principal opositor de Vladimir Putin foi impedida de entrar no necrotério e o advogado teria sido “literalmente empurrado” do edifício, disse ainda a porta-voz.

Alexei Navalny era há vários anos a principal figura da oposição a Vladimir Putin. Estava detido desde janeiro de 2021, quando regressou a Moscou depois de vários meses de internação na Alemanha após ter sido envenenado, ação que os opositores atribuem ao Kremlin.

Nos últimos dias, várias cidades russas foram palco de homenagens ao ativista, com protestos e monumentos improvisados, muitos junto a memoriais de outras vítimas de repressão.

Durante os protestos, pelo menos 400 pessoas foram detidas e 150 foram condenadas a penas de prisão nos últimos três dias, segundo organizações de direitos humanos citadas pela agência France-Presse.

Vários líderes internacionais exigiram esclarecimentos sobre o caso. Moscou reiterou, nesta terça-feira, que não vai aceitar quaisquer exigências do Ocidente.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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