O deputado federal Sargento Gonçalves voltou a defender que o PL tenha candidatura própria à Prefeitura do Natal, em vez de apoiar o nome de Paulinho Freire (União Brasil).
Em entrevista à 98 FM, o parlamentar afirmou que respeita a “hierarquia” do partido e a liderança do senador Rogério Marinho, presidente estadual do PL, mas que “ordem absurda não se cumpre”. Ele disse que, se o PL insistir com Paulinho Freire, ele não deverá participar da disputa municipal.
“O presidente, no caso o senador Rogério Marinho, já se definiu pelo nome de Paulinho. Eu estou nos últimos suspiros tentando convencer para que tenhamos uma candidatura própria. Somos um partido grande. Deveríamos ter o protagonismo. Temos 3 deputados federais, 1 senador da República, 2 deputados estaduais, 20% do tempo de TV e dos recursos do fundo eleitoral. Por que ficarmos como coadjuvantes nas duas principais cidades do nosso estado, Natal e Mossoró? Entendo a necessidade de composição, mas não como coadjuvantes”, afirmou Sargento Gonçalves.
O deputado federal afirmou que sua posição não é uma “insubordinação”, mas sim uma defesa legítima. “É apenas o direito sagrado da liberdade, de poder expressar a opinião. Eu, enquanto eleitor, tenho direito de escolher meu voto”, enfatizou o deputado.
O parlamentar diz ter resistência ao nome de Paulinho Freire porque o deputado do União Brasil votou majoritariamente com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o ano de 2023. “Ele votou contra pautas importantes que eu defendo com muita convicção. Fica difícil e eu não consigo compreender. Como a gente negocia com Gonçalves? A gente é valores, princípio”, declarou.
Ele disse que toparia apoiar Paulinho Freire, mas apenas em um eventual segundo turno.
“Eu tenho mais de 20 anos de militar. Fui policial militar por 19 anos, também das Forças Armadas. Sou muito de respeitar disciplina e hierarquia, mas a regra básica no militarismo, quando a chega no primeiro dia, é: ordem absurda não se cumpre. Então, se é algo que eu considero absurdo, não tenho necessidade de cumprir”, finalizou.
Na semana passada, o deputado do União Brasil assinou um pedido de impeachment contra o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encabeçado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP). Gonçalves analisou o movimento como um aceno para a direita. “Sem dúvidas, foi uma sinalização, mas quantos impeachments nós tivemos e nós apresentamos? E fui o primeiro parlamentar a assinar o primeiro impeachment apresentado no ano passado, por crime de responsabilidade. Esperava a assinatura não apenas do Paulinho, mas dos outros parlamentares, com exceção dos que de fato se dizem de esquerda, que são base do governo Lula”, declarou.
Mesmo assim, frisou que tem boa relação com Paulinho, embora acredita que o apoio ao colega do Congresso Nacional poderia ser uma melhor alternativa em caso de segundo turno no pleito deste ano. “Tenho uma boa relação pessoal com ele. Mas, para deixar claro que não é um problema pessoal, que a gente pode até somar mais para frente, mas que eu continuo defendendo, com a esperança, que teremos um conservador no primeiro turno das eleições de Natal”, disse.
Em setembro do ano passado, Sargento Gonçalves anunciou ser pré-candidato a prefeito de Natal. Além dele, o também deputado federal do PL General Girão fez anúncio com a mesma intenção.
“Desde o primeiro momento, alguns vieram falar em individualismo ou projeto pessoal. Nunca teve projeto pessoal. Desde maio fui o primeiro a levantar a necessidade de termos uma candidatura própria em Natal e eu deixei muito claro que, se fosse o General Girão, Coronel Azevedo ou outro nome que surgisse e que representasse o conservadorismo de fato (eu apoiaria), lembrando que sou ativista da direita, apesar de ser militar. Estou na rua desde 2013, então eu conheço um pouco da direita do nosso município”, apontou.
AgoraRN