Diário do Nordeste – Mais um suspeito de ajudar os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi preso no Ceará. O homem foi localizado pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco) em uma pousada na Praia do Futuro, em Fortaleza, na última segunda-feira (1º).
A reportagem apurou, com fonte da PF, que o suspeito preso foi João Victor Xavier da Cunha, natural de Baraúnas (Rio Grande do Norte). Ele é comparsa de Nícolas Rodrigues Alves, conhecido como ‘Homem de Pedra’ ou ‘Deputado’, que já havia sido preso pela Ficco em Fortaleza, no dia 8 de março deste ano. A dupla é suspeita de integrar uma facção criminosa carioca que tem atuação em todo o Brasil.
‘Deputado’ – como chefe da facção com atuação em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) – e o comparsa João Victor movimentaram uma rede de apoio dentro da facção carioca para tirar Deibson Nascimento e Rogério Mendonça da região de Mossoró, que fica próximo à divisa com o Ceará.
PRISÕES CONTRA REDE DE APOIO AOS FUGITIVOS
João Victor Xavier da Cunha é o oitavo suspeito de ajudar os fugitivos do presídio de Mossoró a ser capturado. Entre os outros presos, está um homem detido no Rio Grande do Norte que pegou um carro no Ceará e passou para o outro Estado; e o irmão de Deibson, Johnney Weyd Nascimento da Silva.
Além de dois mandados de prisão, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Ceará, relacionados à investigação da primeira fuga da história do Sistema Penitenciário Federal de Segurança Máxima.
A Polícia Federal realizou buscas, com ordens judiciais, em imóveis localizados em Aquiraz e em Quixeré, no Ceará, contra suspeitos de participar da rede de apoio aos fugitivos. Materiais foram apreendidos, para colaborar com a investigação. Uma pessoa acabou presa em flagrante, por posse de drogas, em Aquiraz.
“Essa facção tem tentáculos aqui (no Ceará) e lá (no Rio Grande do Norte). Existem células na região de divisas, inclusive em Aracati. E Mossoró fica ao lado. Basta um celular para eles ligarem para alguém e colocarem uma logística em prática. A rede de apoio entra em cena, aparece um recurso para um esconderijo, suprimentos. Os fugitivos não conseguiram sair da área porque não conseguiram furar o bloqueio policial. Seria muita ousadia correr um risco tão alto”, analisa uma fonte da Inteligência da SSPDS, em entrevista ao Diário do Nordeste.