Um tribunal de Teerã condenou, nesta terça-feira (18), a Prêmio Nobel da Paz Narges Mohammadi a mais um ano de prisão por “propaganda contra o sistema”. O processo foi aberto quando ela criticou a imposição do véu islâmico e apelou ao boicote das eleições legislativas.
O advogado da ativista, que está presa desde 2021, disse que a sentença foi emitida pela 29ª câmara do Tribunal Revolucionário de Teerã.
“Entre os exemplos e as razões que levaram à sentença estão suas palavras sobre a sra. Dina Qalibaf, a carta sobre o boicote às eleições parlamentares e mensagem dirigida aos parlamentos sueco e norueguês”, afirmou Mostafa Nili na rede social X.
A ativista, de 51 anos, detida na prisão de Evin, em Teerã, foi condenada seis vezes desde 2021 a um total de 13 anos e três meses de prisão e 154 chicotadas, entre outros castigos.
Apesar das condenações e da prisão, a ativista continuou a denunciar as violações dos direitos humanos no país, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu.
Em abril, Narges denunciou a nova campanha para impor o uso do hijab, o véu islâmico, e afirmou que as autoridades iranianas transformaram as ruas num “campo de batalha contra as mulheres”.
Apesar das condenações e da prisão, a ativista continuou a denunciar as violações dos direitos humanos no Irã, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu.
A ativista denunciou a agressão à jovem Dina Qalibaf, detida em meados de abril pela chamada polícia da moralidade por não usar o lenço islâmico.
Depois de ter sido libertada, Dina Qalibaf afirmou, na conta do X, que foi agredida com uma arma de eletrochoque e abusada por um agente durante a detenção, tendo sido encarcerada na prisão de Evin, em Teerã, onde permanece.
Narges também pediu o boicote das eleições legislativas de março de 2024, que registraram a taxa de participação mais baixa (41%) nos 45 anos da Revolução Islâmica.
No final do ano passado, ela enviou carta aos parlamentos norueguês e sueco, afirmando que a República Islâmica não representa o povo do Irã, pelo que foi hoje condenada.
A ativista foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2023 “pela sua luta contra a opressão das mulheres e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos”.
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Agência Brasil