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Peregrinos muçulmanos usam máscaras protetoras, após o surto de coronavírus, enquanto rezam em Kaaba na Grande Mesquita na cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, em 3 de março de 2020.
© Arquivo/REUTERS / Ganoo Essa/Direitos reservados

A maior peregrinação anual a Meca voltou a juntar milhares de muçulmanos em cerimônias sob temperaturas elevadas. Com os termômetros registrando temperaturas superiores a 50 graus, o Hajj deste ano ficou marcado pelas mortes de mais de 570 pessoas, expostas ao calor extremo dos últimos dias.

Segundo as atualizações mais recentes da AFP, o número de mortos subiu para 577, mais que o dobro do ano passado. Desses, pelo menos 323 eram cidadãos egípcios e, de acordo com as autoridades locais, morreram devido a doenças relacionadas à exposição ao calor.

“Todos morreram de doenças relacionadas com o calor”, com exceção de um peregrino que morreu depois de ter sido ferido numa debandada da multidão, disse um diplomata árabe à agência, acrescentando que o número total provém do necrotério um hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.

Pelo menos 60 jordanianos também morreram, mais do que o número oficial de 41 mortos anunciado anteriormente por Amã. Entre as vítimas estão também cidadãos da Turquia, Indonésia, do Irã e Senegal.

As novas mortes registradas elevam o total relatado até agora por vários países para 577, segundo a AFP. Os diplomatas árabes disseram que o total no necrotério de Al-Muaisem, um dos maiores de Meca, era de 550.

Não se sabe se as mortes ocorreram depois do início oficial do Hajj, na última sexta-feira (14), ou se já tinham sido registrados óbitos antes, entre os peregrinos que chegaram com antecedência ao local. Este ano, o Hajj atraiu cerca de 1,8 milhão de peregrinos à Arábia Saudita, a maioria estrangeiros.

Debandadas, incêndios e outros acidentes têm causado centenas de mortes durante a peregrinação nos últimos 30 anos. O número total de mortos durante o evento é comparado a pelo menos 240 no ano passado, embora a maioria dos países não tenha especificado o número exato de casos relacionados com as elevadas temperaturas.

A peregrinação anual, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, realizou-se novamente este ano em pleno verão numa das regiões mais quentes do mundo, com temperaturas que atingiram 51,8 graus Celsius em Meca, a cidade mais sagrada do Islã.

Para a peregrinação deste ano, autoridades locais adotaram medidas para ajudar os peregrinos a suportar o calor no país desértico, incluindo a instalação de nebulizadores na área externa e guardas que iam borrifando água nos fiéis.

O Hajj é um dos cinco pilares do Islã e determina que um muçulmano faça uma peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, caso tenha condições de fazê-lo. A peregrinação começa com o ritual do “tawaf”, que consiste em dar voltas na Kaaba, a estrutura cúbica preta na direção da qual todos os muçulmanos do mundo rezam, localizada no coração da Grande Mesquita.

Depois, os fiéis seguem para Mina, um vale cercado por montanhas rochosas a vários quilómetros de Meca, onde passam a noite em tendas climatizadas. Esta prática é uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de Guardião das duas mesquitas sagradas de Meca e Medina.

Mais de 2.700 casos de exaustão por calor foram registrados no domingo, disse o Ministério da Saúde, no final da peregrinação. Nesta quarta-feira, as temperaturas atingiram os 51,8 graus Celsius em Meca.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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