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Roberta Metsola é eleita presidente do Parlamento Europeu
© Reuters/Gonzalo Fuentes/Direitos Reservados

Roberta Metsola (foto) foi reeleita presidente do Parlamento Europeu nesta terça-feira (16). A cidade francesa de Estrasburgo acolhe o início do novo mandato deste órgão, com a posse dos eurodeputados.

As votações para a presidência da Comissão Europeia – atualmente sob comando de Ursula von der Leyen –, e o apoio à Ucrânia são outros temas da primeira sessão plenária da nova legislatura.

A presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, foi reconduzida ao cargo até ao início de 2027, com uma maioria de 562 votos e por aclamação, na sessão plenária da assembleia europeia.

A reeleição ocorre na primeira sessão plenária do novo mandato da assembleia europeia, com 562 votos a favor (de um total de 623 votos válidos) e 76 brancos e nulos, entre um total de 720 eurodeputados, no primeiro turno.

Metsola concorria contra a ex-ministra da Igualdade de Espanha, Irene Montero, candidata da Esquerda Europeia, que obteve 61 votos.

“É com humildade e honra que aceito este cargo. Muito obrigada pela eleição”, disse Roberta, após a reeleição.

“Vou trabalhar diariamente para conseguir estar à altura das expectativas deste parlamento”, continuou, acrescentando que pretende que este seja um “parlamento para todos na Europa”. Vamos cumprir as promessas dos nossos pais e antecessores”.

A agora reeleita presidente afirmou, ainda, perante os eurodeputados, que, dois anos e meio depois, espera que “as pessoas continuem a acreditar e a ter entusiasmo nos projetos” europeus e que “acreditem que o nosso espaço comum pode ser mais justo, mais equilibrado. Juntos somos mais fortes e melhores. Acredito numa Europa para todos”, observou.

A presidente reeleita defendeu ainda uma União Europeia que “não tenha medo de enfrentar os autocratas”, no discurso após a sua eleição por maioria absoluta.

“Para renovar o nosso compromisso com a Europa, temos de não ter medo de enfrentar os autocratas. Não ter medo de viver de acordo a nossa promessa. Não ter medo de defender a Europa. Sem medo de continuar a construir uma União que funcione para todos nós”, afirmou.

Roberta Metsola tornou-se presidente do Parlamento Europeu em janeiro de 2022 e assumiu o cargo de forma interina após a morte do líder da instituição, David Sassoli. Ela foi eleita com 458 votos favoráveis entre os então 705 deputados.

A Esquerda Europeia propôs e anunciou, nesta terça-feira, a ex-ministra da Igualdade de Espanha para concorrer à presidência do Parlamento Europeu contra a maltesa Roberta Metsola.

O primeiro-ministro português já felicitou Metsola, pela “votação recorde na reeleição como Presidente do Parlamento Europeu”.

Segundo Luís Montenegro, numa mensagem partilhada no X [antigo Twitter], “é o justo reconhecimento da excelência com que tem exercido o cargo, e um estímulo para os desafios futuros”.

Também a presidente da Comissão Europeia reagiu à reeleição de Metsola. Numa publicação na rede social X, Ursula von der Leyen congratulou-se com a reeleição “totalmente merecida. A sua liderança e paixão pela Europa são mais necessárias do que nunca”, escreveu.

O novo mandato de dois anos e meio marca o início da nova legislatura. Há 720 eurodeputados, entres eles 21 portugueses.

Na sequência do sufrágio e das recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu é o que dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136) e pela nova família política de extrema-direita Patriotas pela Europa (84). 

De acordo com a mais recente distribuição da assembleia europeia, os Conservadores e Reformistas ocupam 78 assentos, os Liberais 77, sendo seguidos pelos Verdes (53) e pela Esquerda (46).

A primeira sessão plenária desta nova legislatura será  realizada até sexta-feira e está previsto que, na quinta-feira (18), seja realizada a eleição da presidente da Comissão Europeia, que também luta por maioria absoluta.

Mas se a reeleição de Metsola parecia quase garantida, de acordo com fontes europeias, o mesmo não se aplica à escolha da alemã Ursula von der Leyen para a Presidência da Comissão Europeia, que, na semana passada, se reuniu com algumas bancadas parlamentares (Socialistas, Liberais e Verdes) para apelar ao aval destes eurodeputados.

É que o Parlamento Europeu que tem de aprovar, após a proposta do Conselho Europeu feita no final de junho, o novo presidente da comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter luz verde de pelo menos 361 parlamentares entre 720.

Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a favor, 327 contra e 22 abstenções, numa votação renhida.

Mas com a maior fragmentação partidária deste novo mandato, a recondução ao cargo ainda não é garantida e vários parlamentares ameaçam não apoiá-la, alegando que Ursula von der Leyen está demasiado ligada à ala conservadora ou criticando a sua postura para externalização da migração e com recuos nas metas climáticas.

A marcar presença em Estrasburgo estará o ex-primeiro-ministro português, eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, que começa no dia 1º de dezembro de 2024. 

António Costa vai participar na reunião do grupo dos Socialistas e Democratas, que ocorre nesta terça-feira (16).

*É proibida a reprodução deste conteúdo

Agência Brasil

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