Israel expandiu as ordens de retirada em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, durante a noite, forçando dezenas de milhares de moradores palestinos e famílias deslocadas a saírem no escuro ao mesmo tempo que bombardeios de tanques reverberavam ao redor deles.
O Exército israelense disse que estava atacando militantes do grupo Hamas — que administrava Gaza antes da guerra –, que estariam usando essas áreas para encenar ataques e disparar foguetes.
No sábado (10), um ataque aéreo israelense a uma escola onde palestinos deslocados estavam abrigados na Cidade de Gaza matou pelo menos 90 pessoas, de acordo com o serviço de defesa civil, provocando condenação internacional. O governo brasileiro condenou o ataque.
O Exército israelense disse que atacou um posto de comando militante do Hamas e da Jihad Islâmica, uma alegação que os dois grupos rejeitaram como pretexto, e matou 19 militantes.
Em Khan Younis, a instrução de retirada cobriu distritos no centro, leste e oeste, tornando-se uma das maiores ordens desse tipo no conflito de 10 meses, dois dias após os tanques retornarem ao leste da cidade.
O anúncio foi publicado na rede social X e em mensagens de texto e áudio para os telefones dos moradores: “Para sua própria segurança, vocês devem se retirar imediatamente para a zona humanitária recém-criada. A área em que vocês estão é considerada uma zona de combate perigosa.”
Philippe Lazzarini, chefe da agência das Nações Unidas para refugiados palestinos UNRWA, disse que as pessoas em Gaza estavam presas e não tinham para onde ir.
“Alguns só conseguem carregar seus filhos com eles, alguns carregam suas vidas inteiras em uma pequena bolsa. Eles estão indo para lugares superlotados onde os abrigos já estão cheios de famílias. Eles perderam tudo e precisam de tudo”, disse ele.
O Exército israelense disse que atingiu cerca de 30 alvos militares do Hamas nas últimas 24 horas, incluindo estruturas militares, postos de lançamento de mísseis antitanque e instalações de armazenamento de armas.
O braço armado da Jihad Islâmica afirmou que os combatentes dispararam morteiros contra as forças israelenses concentradas nas áreas orientais de Khan Younis.
Mais tarde neste domingo, um ataque aéreo israelense perto do mercado de Khan Younis, no centro da cidade, matou quatro palestinos e feriu vários outros, disseram médicos.
Colunas de fumaça subiam de áreas onde aviões israelenses realizavam ataques nas partes leste e oeste da cidade. Moradores disseram que dois prédios de vários andares foram bombardeados.
Quase 40 mil palestinos foram mortos na ofensiva israelense em Gaza desde que a guerra começou, em outubro passado, e o número está aumentando a cada dia, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Autoridades de saúde de Gaza dizem que a maioria das fatalidades foram civis, mas Israel diz que pelo menos um terço são combatentes. Israel diz que perdeu 329 soldados em Gaza.
Israel iniciou seu ataque a Gaza depois que combatentes do Hamas invadiram o Sul de Israel em 7 de outubro, matando 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e capturando mais de 250 reféns, de acordo com contagens israelenses.
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Agência Brasil