As primeiras horas da manhã desta segunda-feira (26) foram assustadoras para os portugueses e residentes de Portugal. Um terremoto de magnitude 5,3 na escala Richter atingiu o país por volta das 5h11 (no horário local) e foi sentido em várias partes do país, inclusive Lisboa e Porto.
Há quatro anos vivendo em Lisboa, a jornalista potiguar, Cledivânia Pereira, falou sobre os momentos de tensão. “Acordei com a terra tremendo mesmo, e tremeu forte. Foram 10 segundos, mas são 10 segundos que demoraram uma eternidade”, relatou a jornalista para o Ponta Negra News.
Desde 1969 que um tremor dessa magnitude não acontecia no país.
Cledivânia contou ainda que o país já vive na iminência de um terremoto, mas que viver a sensação, na prática, é uma experiência assustadora. “É bem assustador. A gente vive na iminência, quando eu cheguei aqui há quatro anos eu não sabia disso, que tinha esse perigo tão iminente, mas existe uma iminência de um terremoto aqui a qualquer momento, é uma área que pode ter grande tremor”, explicou.
A jornalista lembra que um grande terremoto destruiu Lisboa em 1755. “Eu nem tinha muita noção do perigo”, disse.
Cledivânia explicou ainda que estudos indicam que a cada ciclo de 200 anos um novo terremoto de grandes proporções pode atingir a região.
“A gente está nessa vaga de tempo de 200 anos, não se pode comprovar, são coisas que estão fora do controle dos seres humanos, esse tipo de evento, mas é muito assustador quando a gente já sabe que pode acontecer e quando a gente acorda com isso”, afirmou.
Outros tremores
Essa não foi a primeira vez que Cledivânia sentiu a “terra tremer”. Na década de 1980, aqui no Rio Grande do Norte, ela viveu a sensação pela primeira vez quando houve um tremor de terra no município de João Câmara (RN), a cerca de 80 quilômetros de Natal. Ela conta que estava na casa da avó na capital potiguar quando sentiu o abalo.
“Eu estava na casa da minha avó em Natal passando férias e também acordei de madrugada com o tremor. Mas o daqui (Portugal) foi bem mais forte. Eu senti a cama. Acordei com a cama tremendo, o barulho das coisas batendo. Mas estou numa área segura. Foi susto, mas agora é vida que segue. Não pode deixar que o medo de algo que vai acontecer domine a vida da gente e se acontecer, que não cause danos de vidas”, detalhou.
Governo português pede calma
Em comunicado, o governo federal português confirmou que “não há registo de danos pessoais ou materiais até ao momento”, e pediu à população que mantenha calma. “Apelamos à população para que mantenha a serenidade e siga as recomendações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”, diz a nota.