O Rio Grande do Norte registrou uma leve variação no número de adoções entre os anos de 2023 e 2024. De acordo com a Coordenadoria da Infância e Juventude (CEIJ) do Tribunal de Justiça potiguar, com base no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), 50 adoções foram realizadas até setembro de 2023, enquanto no mesmo período de 2024 o número subiu para 51. Considerando o mês de outubro, o total de adoções deste ano já chega a 52. A média mensal de adoções subiu de 5,55 em 2023 para 5,66 em 2024.
O juiz José Dantas de Paiva, coordenador da CEIJ, vê o cenário com otimismo e acredita que 2024, poderá superar o total de adoções do ano passado. “Estamos vendo uma estabilidade, mas com potencial de crescimento. Se continuarmos nesse ritmo, podemos terminar o ano com números superiores aos de 2023“, comenta o magistrado.
Perfil das crianças adotadas
Entre as crianças adotadas em 2024, até setembro, 30 são pardas, 13 brancas e oito pretas. A maioria das adoções (24) ocorreu na faixa etária de 0 a 3 anos. Já entre crianças de 9 a 12 anos, foram apenas seis adoções. Apenas uma criança com deficiência foi adotada neste ano.
A dificuldade na adoção de crianças mais velhas, com deficiência ou pertencentes a grupos de irmãos é uma realidade que o CNJ busca enfrentar com ferramentas como a “Busca Ativa“. O programa permite que famílias de outros estados adotem crianças que enfrentam maior dificuldade para encontrar um lar. “A Busca Ativa tem sido essencial para conectar essas crianças a famílias interessadas, reduzindo o tempo que elas passam em instituições de acolhimento“, explica o juiz José Dantas.
Conscientização e apoio às famílias pretendentes
Além de promover o processo de adoção, a CEIJ realiza estudos psicossociais com as famílias pretendentes, oferecendo suporte durante o estágio de convivência e cursos preparatórios para aqueles que desejam adotar. A coordenadora Lissica Caroline destaca que a instituição incentiva os pretendentes a participarem de Grupos de Apoio à Adoção, reforçando a importância do acompanhamento psicológico e emocional.
Para enfrentar a resistência à adoção de crianças com perfis não convencionais, como adolescentes ou com necessidades especiais, a CEIJ promove campanhas de conscientização, como a Semana Estadual da Adoção, realizada em maio. “Nosso papel é desmistificar o processo de adoção e mostrar que o afeto familiar pode ser construído de diversas formas“, afirma o juiz.
Desde 2019, o SNA aponta que 265 crianças e adolescentes foram adotados no Rio Grande do Norte. Atualmente, 48 menores aguardam adoção, enquanto há 520 pretendentes cadastrados no estado, sendo que 334 buscam adotar crianças de até 4 anos de idade.