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POLICIAIS JURI

Nesta terça-feira (26), no Fórum da Comarca de Estância, interior de Sergipe, começa o julgamento de três ex-policiais rodoviários federais acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado contra Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos. A morte do homem, ocorrida em maio de 2022, chocou o país pela brutalidade do ato e gerou grande repercussão.

Genivaldo foi abordado por estar sem capacete enquanto dirigia uma motocicleta na BR-101, em Umbaúba. Durante a ação, os agentes o trancaram no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e utilizaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo, causando sua morte por asfixia e insuficiência respiratória. O episódio ficou conhecido como o “Caso Genivaldo”.

Filmagens e repercussão

Vídeos gravados no local mostraram o momento em que Genivaldo era contido pelos policiais e exposto ao gás dentro da viatura, gerando comparações com as câmaras de gás da Segunda Guerra Mundial. As imagens provocaram indignação nacional e internacional, levando a críticas severas contra a conduta dos agentes.

Inicialmente, a PRF tratou o caso com cautela, afirmando que “técnicas de imobilização” e “instrumentos de menor potencial ofensivo” haviam sido usados. Apenas após a repercussão negativa, a instituição mudou de postura e classificou a ação como inadmissível.

Prisão dos acusados e demissão

Três dos cinco policiais envolvidos foram presos preventivamente em outubro de 2022: William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. Eles permanecem detidos, com pedidos de liberdade negados em todas as instâncias judiciais, incluindo o STF. Em agosto de 2023, os acusados foram oficialmente demitidos pelo Ministério da Justiça.

Indenização à família

A Justiça determinou que a família de Genivaldo receba R$ 1,9 milhão em indenizações. A mãe e o filho da vítima receberão R$ 400 mil e R$ 500 mil, respectivamente. Outros valores foram destinados a irmãos e um sobrinho de Genivaldo.

O julgamento será acompanhado de perto pela sociedade, que busca justiça para um caso emblemático de violência policial no Brasil.

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