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O vereador de Natal Robério Paulino (PSOL) criticou a ditadura no Brasil e clamou por prisão para os militares que são investigados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo foi preso no mês passado, no Rio de Janeiro, na Operação Contragolpe, da Polícia Federal.

“O senhor Bolsonaro agora está pedindo anistia. Ele, junto a um grupo de militares, planejou não reconhecer o resultado das eleições, apagar o que foi decidido pelo povo e até mesmo assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente do STF, Alexandre de Moraes. Assassinar aqueles de quem a gente discorda é coisa que ficou na Idade Média”, afirmou o vereador, que defendeu a investigação e a responsabilização de todos os envolvidos.

O vereador rejeitou a ideia de anistia, defendendo medidas legais contra os atos mencionados. “Não, anistia não. Prisão para todos eles. Prisão para os golpistas e para esses pretensos assassinos que desrespeitaram a vontade popular e tentaram implantar uma ditadura no Brasil. A ditadura já ficou para trás, em 1984, e não podemos permitir que ela volte”, disse. “Ditadura é obscurantismo, ditadura é uma noite, ditadura é o fim do direito de todos nós dizermos o que quisermos”, complementou.

Ditadura no Brasil

Durante discurso na sessão ordinária desta terça-feira 3, na Câmara Municipal de Natal, Robério Paulino ainda recordou vivências durante o período da ditadura militar no Brasil, ressaltando que houve restrições impostas à liberdade de expressão na época. “Eu vivi na ditadura no Brasil, fui estudante da antiga Escola Técnica Federal, hoje IFRN, e a gente tinha medo, não se podia falar nada”, pontuou.

E continuou: “Nós queremos um país de liberdade, um país que tenha não só eleições, mas que tenha democracia cotidiana, onde o povo possa participar através de canais sociais de discussão, de debate, de decisão. Isso que nós queremos, e não ditadura de um grupo de militares que manda e desmanda no país e que assassina seus oponentes políticos. Fui preso cinco vezes na ditadura militar e acabamos com ela com orgulho”.

Operação Contragolpe

No dia 19 de novembro, a Operação Contragolpe, da Polícia Federal, prendeu quatro militares e um agente da corporação por suspeita de planejar a execução de Lula, Alckmin e Alexandra de Moraes no fim de 2022, após a eleição para presidência da República.

A PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O relatório da PF concluiu que o ex-presidente atuou de “forma direta e efetiva” nos atos executórios para tentar um golpe de Estado.

AgoraRN

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