Forças israelenses invadiram o Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, no norte de Gaza, nesta sexta-feira (6) e expulsaram alguns funcionários e pessoas deslocadas antes de se retirarem. Além disso, corpos de pessoas mortas por ataques aéreos estavam espalhados pelas ruas do lado de fora, disse o diretor do hospital, Hussam Abu Safiya.
O bombardeio começou com uma série de ataques aéreos nos lados oeste e norte de Kamal Adwan, acompanhados de tiroteios intensos, afirmou o diretor, por meio de uma sala de bate-papo online monitorada pela Reuters.
Ele disse que as tropas que invadiram o hospital ordenaram que todos os funcionários, pacientes e pessoas deslocadas fossem para o pátio antes de permitir que, horas depois, voltassem. Alguns funcionários, incluindo a equipe indonésia de cirurgia de emergência e alguns deslocados, receberam ordens para deixar o local definitivamente.
Os militares israelenses não quiseram comentar os ataques. O governo israelense acusa os militantes do Hamas de usar prédios civis, incluindo hospitais, escolas e blocos de apartamentos, como cobertura operacional durante os 14 meses de guerra em Gaza. O Hamas nega e acusa Israel de bombardeios e ataques indiscriminados.
O Hospital Kamal Adwan tem sido alvo de novas operações militares israelenses no norte de Gaza contra o reagrupamento de militantes.
“Esta manhã, ficamos chocados ao ver centenas de corpos e indivíduos feridos nas ruas ao redor do hospital”, disse Abu Safiya em outra declaração publicada online.
“A situação dentro do hospital e em suas proximidades é catastrófica. Há grande número de mortos e feridos e não há mais cirurgiões”, declarou.
A Reuters não pôde autenticar de forma independente seu relato, dada a falta de acesso da mídia à Faixa de Gaza sitiada por Israel.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que os três principais hospitais no extremo norte do enclave mal estão funcionando e têm sofrido repetidos ataques desde que Israel enviou tanques para Beit Lahiya e para as vizinhas Beit Hanoun e Jabalia em outubro.
Em pedido de socorro na sexta-feira, o ministério acusou os militares israelenses de cometerem “crime de guerra” no Hospital Kamal Adwan, perpetrando “todas as formas de assassinato e violência dentro e ao redor dele”.
E acrescentou: “Os feridos que permaneceram lá dentro estão em estado crítico e precisam de cuidados médicos imediatos”.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.
Agência Brasil