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O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol em Seul, Coreia do Sul
03/12/2024
Gabinete presidencial/divulgação via Reuters/Proibida reprodução
© Gabinete presidencial/divulgação via Reuters/Proibida reprodução

O Ministério da Justiça da Coreia do Sul informou, nesta segunda-feira (9), que proibiu o presidente Yoon Suk-yeol de viajar para o estrangeiro enquanto estiver sob investigação devido à imposição da lei marcial, na semana passada.

Durante audiência parlamentar, um funcionário dos serviços de imigração do Ministério da Justiça, Bae Sang-up, disse que a proibição já tinha sido assinada.

Pouco antes, na mesma sessão, o procurador-chefe do Gabinete de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Nível, Oh Dong-woon, afirmou que tinha solicitado a proibição.

O gabinete, conhecido como CIO, é um dos vários órgãos de segurança e judiciais, incluindo o Ministério Público e a polícia, que investigam as circunstâncias em torno da imposição da lei marcial por parte de Yoon.

Horas antes, a imprensa local tinha informado que a polícia sul-coreana considerava também a possibilidade de proibir o presidente de viajar para o estrangeiro, enquanto investiga denúncias de acusação traição, rebelião e abuso de poder.

O principal partido da oposição da Coreia do Sul classificou a imposição da lei marcial por parte de Yoon como “rebelião inconstitucional e ilegal ou golpe”.

O Partido Democrático (PD) apresentou queixas à polícia contra pelo menos nove pessoas, incluindo Yoon e o ex-ministro da Defesa.

Os procuradores sul-coreanos detiveram no domingo o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, que teria recomendado que Yoon declarasse a lei marcial.

Embora o presidente tenha imunidade contra processos judiciais enquanto estiver na função, o mesmo não se aplica a denúncias de rebelião ou traição.

Também hoje, a oposição criticou o Partido Popular do Povo (PPP), no poder, por se recusar a destituir Yoon.

“Por mais que tentem justificar, este é um segundo ato de rebelião e um segundo golpe, ilegal e inconstitucional”, disse Park Chan-dae, líder parlamentar do PD.

No sábado (7), Yoon escapou por pouco de uma primeira moção de destituição, submetida ao Parlamento. O PPP boicotou e invalidou a votação por falta de quórum.

Em comunicado, o PPP afirmou ter obtido, em troca do bloqueio da moção, a promessa de que Yoon se retiraria para deixar o governo do país à sua formação e ao primeiro-ministro.

“Mesmo antes da retirada, o presidente não interferirá nos assuntos de Estado, nem nos assuntos externos”, certificou o líder do PPP, Han Dong-hoon, no domingo.

O presidente do Parlamento sul-coreano, Won Woo-shik, disse que “o exercício conjunto da autoridade presidencial pelo primeiro-ministro e pelo partido no poder é clara violação da Constituição”.

Para Kim Hae-won, professor de direito constitucional na Escola Nacional de Direito de Busan, esse acordo é semelhante a um “golpe de Estado silencioso”.

Ontem, o PD anunciou que vai tentar novamente destituir o presidente, no dia 14 de dezembro.

Yoon proclamou a lei marcial em 3 de dezembro, medida que foi suspensa seis horas depois.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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