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A exposição “Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar” será aberta gratuitamente ao público neste sábado (8), no Palácio Potengi, prédio histórico administrado pela Fundação José Augusto (FJA), onde funciona a Pinacoteca do Estado do Rio Grande do Norte, situado no centro histórico de Natal (RN).

O evento celebra os 100 anos de nascimento de Dona Militana, considerada a maior romanceira do Brasil, e homenageia sua trajetória e legado por meio de uma experiência sensorial e interativa. A exposição ficará aberta ao público até o dia 28 de março.

A realização da exposição é da Editora da UFRN (EDUFRN), e tem curadoria de Angela Almeida, Rafael Sordi Campos e Marcos Paulo Pereira; pesquisa e ilustração de Angela Almeida; design e projeto expográfico de Rafael Sordi Campos e Marcos Paulo Pereira; edição de textos de Helton Rubiano, Kamyla Álvares e Wildson Confessor; marcenaria e montagem de Angélica Martins; trilha sonora e vídeo de Marcos Paulo Pereira e coordenação de comunicação de Marise Castro, com apoio da Assessoria de Comunicação da Fundação José Augusto/Assecom-FJA. As fotografias de Dona Militana são de autoria de Wagner Varela e os desenhos de grupo folclórico de São Gonçalo são de autoria de Carlos Sérgio Borges.

O evento conta ainda com a participação de Zé Santana, Zé da Palha e Dona Benedita (filha de Dona Militana), artesãos de São Gonçalo do Amarante. A mostra conta com apoio do Governo do Estado do RN, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult/RN) e da Fundação JoséAugusto(FJA), da FUNPEC, Grupo Camarões, Atens UFRN, Noronha Brasil, deputada estadual Divaneide Basílio e Prefeitura de São Gonçalo do Amarante.

A exposição se inspira no livro “Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar”, de Angela Almeida, publicado pela Editora da UFRN em 2024. A obra combina texto e imagens para refletir sobre memória, identidade e resistência cultural, expandindo a experiência dos romances cantados por Dona Militana. O livro está disponível gratuitamente no Repositório Institucional da UFRN, neste link: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/60676.

O projeto ocupa três salas interligadas da Pinacoteca e apresenta instalações artísticas e fotografias inéditas de Dona Militana. As imagens, fruto de uma convivência próxima entre o fotógrafo Wagner Varela e Dona Militana, registram sua presença, gestos e cotidiano, compondo um valioso acervo documental de seus últimos anos de vida. Exibidas originalmente em 2010, ano de sua partida, as fotografias capturam tanto sua rotina e ofícios quanto momentos de introspecção, evidenciando sua relação com a religiosidade e a oralidade. A curadoria propõe um diálogo entre esses registros visuais e as instalações da exposição, que interpretam simbolicamente sua trajetória. Enquanto as instalações traduzem sua memória em formas artísticas, as fotografias oferecem um olhar direto sobre sua expressão e essência, preservando sua história para além das palavras.

Programação

A solenidade de abertura contará com a participação especial do Grupo Congos de Combate, expressão folclórica de São Gonçalo do Amarante, cidade natal de Dona Militana. Com suas danças e ritmos ancestrais, o grupo expressa a conexão entre a memória da romanceira e a cultura popular afro-brasileira, destacando o papel da oralidade na preservação das tradições.

Experiência sensorial e interativa

O público poderá explorar a obra de Dona Militana por meio de um circuito expositivo que dialoga com sua trajetória de vida e a tradição oral nordestina. A mostra inclui instalações como:

“Raízes da Memória” – Homenagem à forma como Dona Militana guardava e transmitia os romances aprendidos desde a infância. A instalação utiliza balaios criados por artesãos de São Gonçalo do Amarante e elementos naturais que remetem ao seu cotidiano no roçado.

“Reino de Oiteiros” – Uma interpretação simbólica do Sítio Oiteiro, onde Dona Militana viveu. A instalação combina referências da cultura popular nordestina e dos reinos africanos, evidenciando a fusão entre tradição oral, identidade negra e influências ibéricas.

“Baluarte” – Uma torre de resistência cultural, que representa a força e a determinação de Dona Militana em preservar a tradição oral. Inspirada na arquitetura dos castelos medievais, a instalação reafirma seu papel como guardiã dos romances populares.

“Água” – Instalação que relaciona a fluidez da água com a oralidade e a transmissão cultural entre Brasil, Portugal e África. Com o uso de cabaças e fios, a obra ilustra o movimento contínuo das narrativas ao longo do tempo.

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