Foi lançado, nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ), o projeto Jovens Defensores Populares. A iniciativa mobilizará pessoas de 18 e 29 anos, de diferentes regiões do Brasil, para atuar visando a garantia de direitos e o fortalecimento do engajamento cívico-político para, assim, contribuirem na melhoria das condições de vida em seus territórios.
Mil jovens participarão da iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria de Acesso à Justiça (Saju), da Secretaria Nacional de Juventude e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a titular da Saju, Sheila de Carvalho, a pasta tem como missão levar a justiça para todos os cantos do Brasil e para toda a população, especialmente para aqueles que, muitas vezes, só a conhecem de forma negativa. “Nosso objetivo é mudar essa realidade: queremos que o acesso à justiça seja, de fato, acesso a direitos”, afirmou, durante o lançamento. O evento que marcou o início do primeiro módulo do projeto ocorreu no Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Na opinião dela, os jovens podem transformar a realidade social em que vivem e contribuir ativamente na construção de políticas públicas que garantam o acesso efetivo aos direitos. “Esse programa vai além de um processo formativo: estamos juntos construindo um programa com o potencial de gerar ações práticas e transformadoras”, declarou Sheila.
Também participaram da cerimônia o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional e Diretor Executivo da Fiocruz, Juliano Lima; a deputada estadual Renata Souza; e a vereadora e secretária municipal de Meio Ambiente, Taína de Paula.
O evento contou ainda com uma apresentação cultural do grupo de slam e batalha de poesia Nós da Rua e com a primeira aula do processo de formação das turmas do Rio de Janeiro, que inaugurou a formação nos seis estados participantes.
Jovens Defensores Populares
O projeto da Saju, executado pela Fiocruz, será conduzido pela Agenda Jovem Fiocruz e pela Coordenação de Cooperação Social da Presidência da instituição, com foco em jovens de regiões periféricas, favelas, comunidades tradicionais e de baixa renda. As próximas turmas que iniciarão o programa serão as de São Paulo (SP), Pernambuco (PE), Distrito Federal (DF), Bahia (BA) e Pará (PA), em Pernambuco (PE). Os municípios participantes foram identificados pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
A formação dura 10 meses em cada estado e nos primeiros encontros são abordados temas como direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais. Nos módulos seguintes, estratégias para o enfrentamento a violação desses direitos como a educação popular, a comunicação comunitária, a arte engajada e a incidência política são apresentadas como possibilidade de intervenção nos territórios. O projeto visa formar uma geração de líderes comprometidos com a transformação social.
“A Agenda Jovem Fiocruz vem desenvolvendo ações nas interfaces entre saúde e juventude desde 2014. Um dos entendimentos que sustentaram esse projeto é o de que a juventude brasileira, em toda a sua diversidade, é uma força propulsora de processos de mobilização na luta por direitos de diferentes naturezas”, explicou o coordenador-geral da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, Leonídio Santos.
Ele completou que a Fiocruz entende que o direito à saúde dessas populações passa pela garantia dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e políticos como um todo. “E foi nesse ponto que o projeto Jovens Defensores Populares buscou contribuir.”