Um ataque aéreo israelense atingiu nesta terça-feira (15) a entrada de um hospital de campanha na Faixa de Gaza e feriu três médicos e sete pacientes, anunciou um porta-voz do hospital.
O ataque atingiu o hospital de campanha do Kuwait, na zona de Muwasi, onde centenas de milhares de pessoas procuraram abrigo em vastos campos de tendas.
O porta-voz do hospital, Saber Mohammed, disse que dois dos pacientes ficaram gravemente feridos.
O Exército israelense não fez qualquer comentário imediato, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press.
Os militares israelenses atacaram hospitais em várias ocasiões durante os 18 meses de guerra, acusando os militantes do Hamas de se esconderem nas unidades de saúde ou de utilizá-las para fins militares.
O corpo hospitalar negou as alegações e acusou Israel de pôr em perigo os civis de forma imprudente e de destruir o sistema de saúde do território.
Israel atacou o último grande hospital de cuidados intensivos no norte de Gaza no domingo (13), após ter ordenado que ele fosse evacuado.
Um doente morreu durante a retirada do local e o ataque danificou gravemente a sala de emergência, a farmácia e os edifícios próximos, segundo o Hospital Al-Ahli.
A diocese episcopal de Jerusalém, que gere o hospital, condenou o ataque.
Israel disse que tinha como alvo um centro de comando e controle do Hamas dentro das instalações, sem fornecer provas.
O grupo radical palestino que governa Gaza desde 2007 negou as alegações.
ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou-se “profundamente alarmado” com o ataque aéreo de Israel, no domingo, ao hospital al-Ahli.
O ataque “paralisou o complexo e desferiu um duro golpe num sistema de saúde já devastado”, afirmou o porta-voz da secretaria, Stéphane Dujarric, em comunicado divulgado ontem.
“Nos termos do direito humanitário internacional”, os feridos, doentes, o pessoal médico e as instalações devem ser “respeitados e protegidos”, disse Guterres, acrescentando que as provisões médicas estão diminuindo enquanto os hospitais continuam a ficar cheios de vítimas.
“Nos termos do direito humanitário internacional”, os feridos, doentes, o pessoal médico e as instalações devem ser “respeitados e protegidos”, disse Guterres, acrescentando que as provisões médicas estão diminuindo enquanto os hospitais continuam a ficar cheios de vítimas.
As forças israelenses bombardearam o edifício de entrada do Hospital al-Ahli, também conhecido como Hospital Batista, na madrugada de domingo, causando graves danos e obrigando à retirada de doentes e pessoal, confirmou o Ministério da Saúde e da Defesa Civil de Gaza.
O ataque causou a morte indireta de uma criança, durante o deslocamento forçado de pacientes, e deixou o centro fora de funcionamento.
Guterres afirmou que cerca de 70% da Faixa de Gaza estão agora sob ordens de deslocamento emitidas por Israel ou dentro de uma zona interditada, deixando os palestinos “sem nenhum local seguro para onde ir e com pouco para sobreviver”.
“As consequências humanitárias são devastadoras, com as reservas de alimentos se esgotando, a produção de água diminuindo drasticamente e os materiais de abrigo quase totalmente esgotados”, acrescentou o secretário-geral da ONU.
“As consequências humanitárias são devastadoras, com as reservas de alimentos se esgotando, a produção de água diminuindo drasticamente e os materiais de abrigo quase totalmente esgotados”, acrescentou o secretário-geral da ONU.
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Agência Brasil