O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou hoje que Israel não anexará a Cisjordânia ocupada, após votação preliminar no Parlamento israelense para incorporar o território. ![]()
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“Israel não vai fazer nada com a Cisjordânia, não se preocupem com isso”, disse Trump em entrevista na Casa Branca.
O Parlamento israelense aprovou na quarta-feira (22), numa sessão preliminar, com 25 votos a favor e 24 contra, proposta para anexar a Cisjordânia ocupada, num primeiro passo que precede mais três votações que serão necessárias no Knesset – assembleia legislativa unicameral de Israel – para transformar o projeto em lei.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, em visita a Israel para supervisionar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, classificou de “estúpida” a proposta de anexação da Cisjordânia.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que a aprovação da iniciativa foi “uma provocação deliberada” da oposição para criar discórdia durante a visita de Vance.
A proposta, que também foi rejeitada pela Espanha, pelo Catar, a Turquia e outros países, diz: “o Estado de Israel aplicará as suas leis e soberania às áreas de assentamento na Judeia e Samaria, para estabelecer o estatuto dessas áreas como parte inseparável do Estado soberano de Israel”.
O presidente norte-americano já tinha alertado, em entrevista divulgada hoje, que Israel perderia o apoio dos Estados Unidos se tomasse a decisão de anexar a Cisjordânia, indicando que deu a sua palavra aos países árabes de que isso não aconteceria.
“Isso não vai acontecer”, repetiu Donald Trump três vezes em entrevista à revista Time, publicada um dia depois de o Parlamento israelense ter aprovado, em primeira leitura, um projeto de lei para a anexação da Cisjordânia.
“Isso não pode ser feito agora”, acrescentou o governante.
Na mesma entrevista, Trump afirmou que pretende visitar Gaza “em breve” e adiantou que prevê um relançamento iminente das relações de Israel com o mundo árabe, cujas lideranças pressionou a aceitar o seu plano de paz para a Faixa de Gaza.
A Palestina não tem continuidade territorial, e enquanto em Gaza governava a vertente política do Hamas, na Cisjordânia permanece a Autoridade Nacional Palestina (ANP), liderada por Mahmoud Abbas.
Na maior parte dessa área (denominada Área C, que equivale a 60% do território) da Palestina, Israel detem tanto o controle militar quanto civil desde os acordos de Oslo.
Além disso, existem centenas de postos de controle militares israelitas ao longo de toda a Cisjordânia, e um sistema de permissões que não permite o livre movimento dos palestinos entre cidades, proibindo a muitos a entrada em Jerusalém (entre outros centros urbanos).
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Agência Brasil



