Pelo menos 135 caminhões carregados apenas com alimentos entraram nesta segunda-feira (27) na Faixa de Gaza vindos do Egito, através do posto fronteiriço de Kerem Shalom, informararm fontes do Crescente Vermelho egípcio.
Segundo a organização, é o segundo carregamento de centenas de toneladas de alimentos que, pelo segundo dia consecutivo, entram pelo corredor que conduz a Kerem Shalom a partir do território egípcio, onde são inspecionados por Israel antes de entrarem no enclave palestino.
No domingo (26), o Egito enviou para Gaza 125 caminhões carregados de alimentos e material médico, bem como de combustível, através deste mesmo ponto, pela primeira vez desde que, há 20 dias, Israel se apoderou do lado palestino da passagem de Rafah, no Sul do enclave e que faz fronteira com a Península do Sinai.
Desde então, centenas de caminhões de ajuda humanitária, na sua maioria carregados de alimentos, ficaram retidos no Egito e não puderam entrar na Faixa de Gaza.
A carga de muitos deles começou a apodrecer com as altas temperaturas, enquanto alguns produtos tiveram de ser vendidos a preços reduzidos nos mercados locais antes de estragarem.
A entrada deste novo comboio de ajuda surge no mesmo dia em que o exército egípcio confirmou a morte de uma pessoa em uma troca de tiros com as forças israelenses no posto de fronteira de Rafah, um incidente incomum que as autoridades dos dois países dizem estar investigando.
Mais grave foi o ataque aéreo perpetrado ontem por Israel contra um campo de deslocados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, amplamente condenado pela comunidade internacional e em que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, admitiu tratar-se de “um acidente trágico”.
“Em Rafah, retiramos um milhão de habitantes que não estavam envolvidos e, apesar de todos os nossos esforços, ontem [domingo] ocorreu um acidente trágico. Estamos investigando o que aconteceu e vamos tirar conclusões”, disse Netanyahu ao Parlamento de Israel.
O ataque aéreo provocou um incêndio em um campo de deslocados ao Sul de Gaza, deixando, segundo as autoridades palestinas, pelo menos 50 mortos – sendo metade mulheres, crianças e idosos –, além de 249 feridos.
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Agência Brasil