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A taxa de pobreza na Argentina disparou para 52,9% no governo Javier Milei, que impôs um programa de austeridade e anunciou milhares de demissões no setor público. O resultado acende um sinal de alerta para a atual gestão, cuja popularidade está em declínio.

A performance publicada pela agência nacional de estatísticas nessa quinta-feira 26 é a pior em duas décadas e representa um aumento de 11,2 pontos percentuais em relação ao segundo semestre de 2023, quando era de 41,7% no governo Alberto Fernández. A alta significa que 3,4 milhões de argentinos caíram na pobreza este ano.

A alta significa que 3,4 milhões de argentinos caíram na pobreza este ano / Foto: DivulgaçãoA alta significa que 3,4 milhões de argentinos caíram na pobreza este ano / Foto: Divulgação

A alta significa que 3,4 milhões de argentinos caíram na pobreza este ano / Foto: Divulgação

Milei, que assumiu o cargo em dezembro, cortou os gastos públicos na tentativa de reduzir a inflação anual que atingiu quase 300% em abril. Os aumentos de preços corroeram o poder de compra dos trabalhadores e aposentados.

Economistas dizem que a principal causa da alta inflação é o dinheiro impresso para financiar os gastos dos governos anteriores de inclinação peronista, mas a remoção dos controles de preços e a desvalorização do peso sob Milei também contribuíram.

O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, afirmou na quinta-feira que a Argentina teria entrado em hiperinflação sem o programa de austeridade. “Eles nos deixaram à beira de nos tornarmos um país onde praticamente todos os residentes são pobres”, disse ele antes da publicação dos dados.

O governo tem lutado para tirar o país de uma profunda recessão durante um colapso no consumo, e uma queda na atividade industrial e na construção civil devido à inflação e à austeridade.

Políticos da oposição dizem que os cortes de custos pioraram a economia. “A austeridade implacável do governo está castigando as famílias trabalhadoras e os idosos, aprofundando a crise em vez de gerar soluções”, avaliou Victoria Tolosa Paz, deputada do bloco peronista no Congresso, em post na rede social X (antigo Twitter) após a publicação dos dados.

Pesquisas nas últimas semanas mostraram que a popularidade de Milei, que se mantinha em torno de 50% desde sua vitória nas eleições de novembro passado, está em queda.

Um índice de confiança no governo, compilado pela universidade Torcuato Di Tella, caiu 14,7% em setembro, de longe a maior flutuação deste ano.

A parcela de argentinos com uma visão positiva de Milei caiu 7 pontos percentuais entre agosto e setembro, para 40%, segundo a pesquisa da Poliarquía, enquanto a aprovação geral de seu governo caiu dois pontos, para 53%.

Cristian Buttié, diretor da CB Consultora, disse que os números mostram que o apoio a Milei caiu 4,2 pontos percentuais em setembro em relação a agosto, indo para 46,4%.

Ele disse que houve “uma queda particularmente acentuada” entre os aposentados, após o veto de Milei a um aumento nos gastos com pensões aprovado pelo Congresso em agosto.

Pelo menos 136 mil empregos foram cortados desde que Milei assumiu o cargo, e especialistas dizem que as perdas podem ser maiores no enorme setor informal do país.

Simultaneamente, dados oficiais publicados na quarta-feira (25) mostraram que a atividade econômica cresceu 1,7% em julho na comparação com o mês anterior. Já em relação ao mesmo mês de 2023, a atividade caiu 1,3%, muito menos do que os analistas esperavam.

Com informações da Folha de São Paulo e Financial Times

AgoraRN

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