O Exército de Israel reivindicou nesta segunda-feira (18) a autoria do ataque que matou ontem (17), em Beirute, quatro pessoas, incluindo o principal porta-voz do movimento xiita libanesa Hezbollah, Mohamed Afif.
Afif esteve em contato direto com altos funcionários do Hezbollah para executar as “atividades terroristas” do grupo contra Israel, disseram, em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).
As IDF salientaram que Afif dirigiu as operações do Hezbollah na área para promover a “campanha de propaganda e terror psicológico” do movimento e acusaram o porta-voz de glorificar e incitar “atividades terroristas” contra Israel.
O Hezbollah confirmou a morte de Afif, num atentado a bomba contra a sede em Beirute do Partido Socialista Árabe Baath, o braço libanês do partido pan-árabe que mantém Bashar al-Assad no poder na Síria.
Em novo balanço, o Ministério da Saúde Pública libanês elevou para quatro o número de mortos no ataque, que “feriu outras 14 pessoas, incluindo duas crianças”.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã, Ismail Baghaei, condenou a morte de Afif, que definiu como “voz da nação libanesa”, descrevendo o bombardeio israelense como “ato terrorista”, segundo a agência de notícias oficial iraniana IRNA.
O Hezbollah faz parte do chamado eixo da resistência, uma aliança informal de milícias e países que operam no Oriente Médio sob a influência do Irã, que inclui também milícias xiitas no Iraque, Afeganistão e Paquistão, os rebeldes Houthis no Iêmen e o movimento islâmico palestino Hamas.
Após a ação contra Afif, Israel lançou outro ataque contra o oeste de Beirute, causando a morte de pelo menos duas pessoas e ferimentos em 22, segundo o ministério.
O Exército israelense lançou intensa campanha de bombardeio no Líbano em 23 de setembro e uma ofensiva terrestre no sul do país em 30 de setembro.
As Forças Armadas dizem que querem neutralizar o Hezbollah para permitir o regresso dos habitantes do norte de Israel, deslocados por mais de um ano de disparos de projéteis em seu território.
Quase 3.500 pessoas morreram desde que, em 8 de outubro de 2023, o movimento libanês lançou uma “frente de apoio” ao Hamas, no dia seguinte ao início da guerra em Gaza, na sequência do ataque sem precedentes do movimento palestino em solo israelense.
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Agência Brasil