No último dia 21, o projeto de extensão Aquilombar: Vivências terapêuticas com estudantes universitárias/os negras/os foi premiado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) na segunda edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: Práticas para uma Psicologia Antirracista. O CFP busca identificar, valorizar e divulgar estudos e ações que envolvem a Psicologia e as Relações Étnico-Raciais.
O projeto conquistou o prêmio na categoria Experiências Coletivas, dentro do eixo Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso. O trabalho apresenta um relato de experiência intitulado Aquilombamento como experiência terapêutica entre estudantes universitárias/os/es negras/os/es. O objetivo era realizar grupos terapêuticos com estudantes universitários(as) negros(as), fundamentados na Psicologia Preta e em perspectivas filosóficas e artísticas afrocentradas.
O projeto Aquilombar foi idealizado em 2019 pelo psicólogo Thiago Laurentino, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae). A atividade foi inspirada em um curso sobre Psicologia Preta do qual Laurentino participou. Desenvolvido entre 2020 e 2022, a ação proporcionou discussões e práticas voltadas para o resgate de perspectivas afro-referenciadas, pouco difundidas devido ao racismo estrutural.
Durante o projeto, estudantes extensionistas da UFRN tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades na coordenação de grupos e na condução de atividades terapêuticas.
O projeto foi interrompido em 2022 devido ao doutorado de Thiago Laurentino e será retomado em 2025. O coordenador comentou que o prêmio reafirmou o caráter coletivo do trabalho, que, embora liderado por um psicólogo, foi desenvolvido em colaboração com estudantes extensionistas. “A presença dos extensionistas na premiação foi um marco importante, reforçando o impacto coletivo e a relevância do Aquilombar como modelo de prática extensionista e antirracista”, frisou.