Nunca é fácil passar por problemas de saúde, principalmente quando é uma situação complexa, sendo necessário um tratamento adequado para sanar a situação. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), no Rio Grande do Norte, têm à sua disposição, um equipamento de saúde referência em serviços de alta complexidade, o Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN), que é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Para a superintendente do Huol-UFRN, Eliane Pereira da Silva, essa unidade hospitalar tem se destacado no atendimento de alta complexidade, por ser um hospital universitário, e, portanto, comprometido com a formação de alunos de graduação e residência médica, que incorpora conhecimento e novas tecnologias, fazendo com que os casos mais difíceis sejam encaminhados para lá.
Ela esclareceu que o hospital tem buscado integrar as novas tecnologias com a qualidade da assistência e segurança do paciente, e cada vez mais, trabalhar em parceria com as secretarias municipal e estadual, trazendo mais transparência na regulação e melhorando o acesso aos usuários do SUS. “O hospital atende muitas especialidades médicas, algumas delas, muito estratégicas para a rede de atenção à saúde, a exemplo da linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio”, disse a superintendente.
Para Eliane, ainda são necessárias mais melhorias, principalmente no investimento de novos equipamentos, substituindo os que ficaram obsoletos. Porém, segundo ela, a gestão do hospital tem se empenhado na busca de recursos para essa renovação tecnológica, visando garantir e ampliar o acesso a alguns procedimentos tão necessários para a população.
“Esse é um grande desafio, bem como, a estruturação dos processos internos para cada vez mais, termos aproveitamento dos recursos com eficiência, reduzir o tempo de preparo cirúrgico, aumentar o giro de leitos, reduzir as infecções e eventos adversos que são metas buscadas diariamente com ações constantes de capacitação e conscientização, sem esquecer da valorização dos nossos profissionais que tanto se empenham em cuidar e salvar vidas”, destacou Eliane Pereira.
Referência para casos complexos
“Depois do Huol, o mar! Essa singela constatação, que tantas vezes ouvi do professor e ex-superintendente do Huol, Stenio Gomes, demonstra a grandiosidade e importância do nosso Hospital Universitário”, destacou o chefe da Divisão Médica do Hospital, Igor Marreiros Pereira Pinto.
Conforme o médico, o hospital recolhe os casos que a rede assistencial não conseguiu resolver com braços fortes, mas insuficientes para todos os que precisam. É “um inferno para entrar, mas o céu para quem está lá dentro”, frisou o médico, referindo-se ao que dizem os pacientes que chegam à instituição. “Não imaginam que nós, que vivenciamos o Huol-UFRN todos os dias, sonhamos em ser apenas céu para todos eles”, completou Igor Pinto.
O Huol é referência no SUS, nas 67 especialidades e áreas de atuação médica em que oferta atendimentos, algumas das quais, somente disponíveis nessa unidade hospitalar. “Nas áreas em que participamos da rede de saúde, somos, geralmente, o serviço que consegue abarcar os casos que precisam de múltiplas expertises. Além de nosso parque tecnológico e infraestrutura de ponta, são as pessoas que aqui trabalham que fazem a grande diferença”, frisou Igor Pinto.
Para o médico, o Huol não é um dos maiores hospitais em termos de quantidade de atendimentos, até pela sua limitação estrutural, mas, conforme ele: “a rede espera e confia, que no Onofre Lopes, seja resolvido o que não foi possível nos serviços de maior volume, especialmente na oncologia e na cardiologia cirúrgica, mas também em parte, nos transplantes renais e na cirurgia bariátrica”.
Dessa forma, de acordo com o médico, o Huol tem um papel fundamental, que é de, ao mesmo tempo em que forma os profissionais da saúde que irão abastecer a rede assistencial, especialmente na área médica, com os mais de 30 programas de residência ativos, provê atendimento em casos difíceis e pacientes complexos, geralmente com múltiplas doenças associadas ou evolução atípica”, enfatizou o chefe da Divisão Médica.
Histórias de pacientes
O chefe da Divisão Médica, Igor Pinto, apontou como um dos casos de sucesso do Huol, o da paciente Arlene Barbosa, de 31 anos. Ela perdeu quase todo o intestino por causa de uma infecção. Foi operada em outro hospital, mas desenvolveu insuficiência intestinal, além de outros problemas. “A paciente então veio para o Huol e conseguimos recuperar a sua função intestinal. Ela ficou um tempo fazendo nutrição parenteral intermitente e hoje está apenas em acompanhamento”.
A paciente falou sobre seu atendimento no Huol: “Simplesmente impecável o tratamento comigo! Para mim, o Onofre Lopes é importante para a população do Rio Grande do Norte pela assistência de qualidade que oferece. Foi especial para mim. Passei sete meses lá e fui muito bem tratada pela equipe de enfermagem e toda equipe médica. Foi fundamental o excelente atendimento aos profissionais e todo o apoio que recebi lá”.
Wirley Gutemberg da Silva Santana, 31 anos, também foi um dos pacientes atendidos no Huol. Ele passou por cirurgia bariátrica e conseguiu eliminar quase 200kg. Ele falou da sua história com o Onofre Lopes: “Comecei pelo grupo de tratamento para obesidade da cidade de Parnamirim e assim fui encaminhado para o Huol, onde lá iniciei os trâmites para a cirurgia. Já tinha sido atendido no hospital quando morava em Natal, mas não dei continuidade ao tratamento. Então tive que começar tudo novamente”, explicou.
O paciente falou sobre o impacto da cirurgia na sua vida: “Só me trouxe benefícios! Minha expectativa era uma, mas posso dizer, sem medo de errar, que foi muito além do que eu esperava. O resultado da cirurgia bariátrica me surpreendeu totalmente”. Ele afirmou que, antes da cirurgia, estava totalmente limitado e hoje é uma nova pessoa. “Consigo trabalhar, ter mobilidade e uma vida normal como qualquer outra pessoa que tem saúde”, comentou.
Wirley frisou que é fundamental para o sucesso de uma cirurgia como essa, primeiramente, o comprometimento do paciente com o processo que está sendo proposto para ele, depois, sem dúvidas, a capacitação da equipe do hospital, que faz total diferença. “Uma equipe muito preparada. São anjos de Deus na Terra, que realmente foram escolhidos para cuidar e salvar vidas”, finalizou.
Sobre a Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.