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Síria- 08/12/2024  Pessoas comemoram, depois que os rebeldes sírios anunciaram que expulsaram Bashar al-Assad da Síria. REUTERS/Annegret Hilse/Reprodução proibida.
© REUTERS/Annegret Hilse/Reprodução proibida.

Milhares de pessoas estão sendo libertadas de prisões sírias depois de os rebeldes terem tomado o controle de várias cidades no fim de semana, incluindo a capital, Damasco, forçando o presidente Bashar al-Assad a fugir do país. As principais cadeias da Síria receberam mais de 100 mil prisioneiros ao longo de 14 anos de guerra civil. Agora, surgem relatos de pessoas detidas em celas subterrâneas escondidas, incluindo mulheres e crianças.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram homens correndo para o exterior das prisões, confusos sobre os motivos pelos quais estavam sendo libertados e gritando “Deus é grande”.

Alguns foram recebidos por membros da família em lágrimas, que até agora não sabiam se os homens estavam vivos. Outros estavam detidos há tantos anos que não sabiam que Bashar al-Assad tinha sucedido ao seu pai, Hafez, que morreu em 2000.

Em outros vídeos, os rebeldes abrem as portas das celas onde se encontram dezenas de mulheres e pelo menos uma criança, dizendo-lhes para não terem medo e libertando-as. “Assad caiu. Não temam”, afirma um homem numa das gravações.

As celas da principal prisão síria, Saydnaya – onde imagens de satélite revelaram que em 2017 foi construído um crematório usado para incinerar corpos de prisioneiros – também foram arrombadas pelos rebeldes.

A organização de defesa civil conhecida como Capacetes Brancos disse que investiga relatos de prisioneiros libertados de Saydnaya, segundo os quais há outras pessoas detidas em celas subterrâneas escondidas.

“Os Capacetes Brancos enviaram cinco equipes de emergência especializadas para a prisão de Saydnaya a fim de investigar celas subterrâneas escondidas que, segundo os sobreviventes, alojam detidos”, anunciou o grupo na rede social X.

“As equipes são constituídas por unidades de busca e salvamento, especialistas em arrombamento de paredes, de abertura de portas de ferro, unidades caninas treinadas e pessoal médico. Elas são bem treinadas e equipadas para gerir operações complexas”, acrescentou.

As autoridades de Damasco disseram, por sua vez, que continuam a libertar prisioneiros, alguns dos quais estavam “quase asfixiados” devido à falta de ventilação nas celas de onde foram retirados.

O governador da província de Damasco apelou, nas redes sociais, aos antigos soldados e trabalhadores prisionais do regime de Bashar al-Assad para que forneçam às forças rebeldes os códigos das portas eletrônicas subterrâneas.

Até agora, eles já teriam conseguido abrir portas suficientes para libertar “mais de 100 mil detidos que podiam ser vistos nos monitores das câmeras de vigilância” das prisões.

As forças rebeldes avançaram de cidade em cidade ao longo da Síria, libertando prisioneiros das cadeias do governo durante o caminho. O movimento de libertação ocorre depois de, no sábado (7), os rebeldes sírios terem tomado o controle de Damasco, levando à fuga do presidente Bashar al-Assad.

“O tirano Bashar al-Assad fugiu, proclamamos a cidade de Damasco livre”, anunciou a coligação de grupos rebeldes em mensagens divulgadas na plataforma Telegram.

“Depois de 50 anos de opressão sob o poder do [partido] Baas, e 13 anos de crimes, tirania e deslocamentos forçados, anunciamos o fim deste período negro e o início de nova era para a Síria”, afirmou.

Esses grupos lançaram uma ofensiva relâmpago na Síria em 27 de novembro. Vários territórios e principais cidades foram rapidamente tomadas, com pouca resistência por parte do Exército sírio.

Enquanto o Irã e a Rússia revelaram desânimo com os acontecimentos na Síria, várias nações do Ocidente demonstraram satisfação pela queda do regime, mas também precaução face à incerteza do rumo político no país.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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