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Rio Claro-SP, 19/06/2013, O Horto Florestal Edmundo Navarro de Andrade, fundado em 1909, é conhecido como o
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

No Dia Mundial das Abelhas, os especialistas alertam que as guerras, os microplásticos e a iluminação noturna das cidades estão entre as ameaças à população deste inseto, que é crucial para a biodiversidade. 

A solução para estes problemas está nas mãos dos tomadores de decisões políticos, alertam os autores de um relatório publicado nesta terça-feira (20) pela Universidade de Reading, no Reino Unido.

Os cientistas enumeraram, neste estudo, as 12 maiores ameaças às abelhas na próxima década. Entre elas estão guerras e conflitos globais, como a da Ucrânia, que obrigou os países a plantarem menos tipos de culturas, deixando esses insetos polinizadores sem alimentos diversificados.

Os pesquisadores descobriram ainda que as partículas de microplástico estão contaminando as colmeias de abelhas em toda a Europa

Os testes realizados em 315 colônias de abelhas revelaram a presença de materiais sintéticos, como o plástico PET (polietileno tereftalato), na maioria das colmeias. 

Verificou-se também que a luz artificial dos postes de rua reduz em 62% as visitas às flores pelos polinizadores noturnos.

Os antibióticos utilizados na agricultura são outra ameaça, tendo sido detectados nas colmeias e no mel. Segundo os cientistas, estes medicamentos afetam o comportamento das abelhas, reduzindo a sua procura por alimentos e as visitas às flores.

Os pesticidas também representam um risco para estes insetos. Embora a regulamentação imponha que alguns agrotóxicos sejam usados dentro de limites “seguros” para as abelhas e outros animais selvagens, a pesquisa descobriu que podem interagir com outros produtos químicos e causar efeitos perigosos.

A poluição também vem afetando a sobrevivência, a reprodução e o crescimento das abelhas, assim como os incêndios florestais “maiores e mais frequentes, que destroem habitats e dificultam a sua recuperação”.

Identificar novas ameaças e encontrar formas de proteger as abelhas a tempo “é a chave para prevenir novos declínios” dessa população, explica Simon Potts, o principal autor do relatório intitulado Ameaças Emergentes e Oportunidades para a Conservação dos Polinizadores Mundiais.

“Não se trata apenas de uma questão de conservação. Os polinizadores são fundamentais para os nossos sistemas alimentares, a resiliência climática e a segurança econômica. Proteger os polinizadores significa protegermo-nos a nós próprios”, alerta.

“Não se trata apenas de uma questão de conservação. Os polinizadores são fundamentais para os nossos sistemas alimentares, a resiliência climática e a segurança econômica. Proteger os polinizadores significa protegermo-nos a nós próprios”, alerta.

Segundo a equipe de cientistas, o primeiro passo para proteger as abelhas é impor leis mais firmes para limitar a poluição com antibióticos que ameaçam a saúde destes insetos

Em segundo lugar surge a transição para veículos elétricos, de modo a reduzir a poluição atmosférica.

As soluções apontadas seguem com o “cultivo de culturas com pólen e néctar melhorados para uma melhor nutrição dos polinizadores”, a criação de habitats ricos em flores nos parques solares e o desenvolvimento de “tratamentos à base de RNAi (ácido ribonucleico), que atacam as pragas sem prejudicar os insetos benéficos”.

Proteger as abelhas sem ferrão – importantes para a polinização nos trópicos – através da criação de jardins urbanos, do reflorestamento e da proteção dos habitats naturais é outra das soluções apontadas, assim como a utilização de Inteligência Artificial para ajudar a localizar os polinizadores.

“As ações individuais, como fornecer alimentos e áreas de nidificação nos nossos próprios jardins, podem ajudar muito. No entanto, as mudanças políticas e as ações individuais têm de trabalhar em conjunto para que tudo, desde jardins e chácaras até espaços públicos e paisagens mais amplas, possa tornar-se habitats favoráveis aos polinizadores”, defende Deepa Senapathi, coautora do estudo.

“As ações individuais, como fornecer alimentos e áreas de nidificação nos nossos próprios jardins, podem ajudar muito. No entanto, as mudanças políticas e as ações individuais têm de trabalhar em conjunto para que tudo, desde jardins e chácaras até espaços públicos e paisagens mais amplas, possa tornar-se habitats favoráveis aos polinizadores”, defende Deepa Senapathi, coautora do estudo.

Agência Brasil

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