O ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento afirmou que suspenderá de maneira preventiva os credenciamentos dos laboratórios alvos da 3 ª fase da Operação Carne Fraca, deflagrada na manhã desta segunda (5). Os laboratórios eram credenciados à pasta e aos setores de análises da BRF, uma das maiores processadoras de proteína do mundo. Segundo as investigações, os locais são acusados de fraudar os resultados laboratoriais relacionados a Salmonella, tipo de bactéria que pode até causar a morte. O novo desdobramento da ação foi batizado de “Operação Trapaça”.
Com as fraudes, os laboratórios entregavam ao Serviço de Inspeção Federal dados inexistentes sobre a análise dos produtos. A suspensão dos estabelecimentos envolvidos da lista de exportadores também está entre as medidas que o ministério promete tomar, após mais um escândalo ligado a qualidade dos produtos brasileiros de origem animal. Outra medida que o ministério promete adotar é o aumento da fiscalização, com maior frequência de amostragem nas empresas suspeitas até o fim das investigações.
Durante a operação desta segunda, foram cumpridas 91 ordens judiciais, distribuídas pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. Um dos presos na ação foi o ex-diretor global da BRF Brasil Foods, Pedro de Andrade Faria. Outras pessoas ligadas à empresa também foram detidas, como o ex-vice-presidente Hélio Rubens Júnior e o gerente jurídico Luciano Bauer.
O ministério reforça que a presença da Salmonella é comum em carne de aves, já que faz parte da flora intestinal dos animais. Entretanto, relembra que os procedimentos adequados de preparo e consumo minimizam as chances de infecção.