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Vitória (ES) - 30º Festival de Cinema de Vitória. - Atriz e poeta Elisa Lucinda, que será homenageada deste ano do festival. Foto: Gustavo Louzada
© Gustavo Louzada

Vitória (ES) - 30º Festival de Cinema de Vitória. - Atriz e poeta Elisa Lucinda, que será homenageada deste ano do festival. Foto: Gustavo Louzada
© Gustavo Louzada

A atriz e poeta Elisa Lucinda é a homenageada do 30º Festival de Cinema de Vitória, que começa na próxima segunda-feira (18), no Centro Cultural Sesc Glória, na região central da capital do Espírito Santo.

Segundo a produtora executiva do festival, Larissa Delbone, Elisa Lucinda foi escolhida para ser homenageada porque, além dela ser capixaba, dialoga muito com o que o festival vem buscando, através dos seus homenageados. “É uma mulher capixaba, tem tudo a ver com a volta para a nossa história, depois de 29 edições e, também, porque Elisa tem uma relação muito forte com o cinema brasileiro”, disse Larissa à Agência Brasil.

“O festival é estritamente brasileiro e ela é uma atriz que nos enche de orgulho”, afirmou a produtora. O festival se estenderá até o sábado (23).

Elisa Lucinda receberá o Troféu Vitória e o Caderno da Homenageada no dia 21, às 19h. A publicação é assinada pelos jornalistas Lais de Mello Rocio, Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, e trata da vida e da trajetória profissional da atriz. “Estou me sentindo tão importante sendo homenageada no Festival de Cinema da minha terra. Sempre quis ser um orgulho capixaba. Não adianta nada fazer sucesso no mundo inteiro sem o aplauso da mãe da gente, sem o amor da aldeia”, disse Elisa Lucinda, que dará entrevista à imprensa no dia 22, às 15h, no Hotel Senac Ilha do Boi.

Todas as atividades são gratuitas, entre as quais mostras, oficinas e debates sobre os filmes exibidos. A programação se dividirá entre o Sesc Glória, o Cine Metrópolis, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e o Hotel Senac Ilha do Boi.

Larissa Delbone chamou a atenção para o fato de o cinema brasileiro viver um período de grande produção. “E a gente tem que se responsabilizar cada vez mais pelo aumento das janelas de exibição para o nosso cinema. O fato de comemorar 30 anos de festival, com uma seleção muito vasta, é a nossa grande lição. São mais de 100 filmes, entre curtas e longas-metragens, que serão exibidos durante o evento. É o cinema nacional em exibição mesmo!.”

A produtora executiva apontou uma característica importante do festival no estado, que o posiciona como pioneiro no Brasil: a valorização do acesso. “Hoje, 90% do nosso público são periféricos. É um público que se desloca para estar na sessão do festival, e eu acredito muito nesse evento para o cinema brasileiro”. Larissa lembrou que a maioria das salas de cinema de Vitória fica em shopping centers, com programação tomada por filmes estrangeiros. “Por isso, fazemos do Espírito Santo, uma vez por ano, a maior janela de exibição do cinema brasileiro.”

Para a edição 2023, a organização do festival recebeu 1,2 mil títulos do Brasil inteiro e selecionou 100 para exibição. No dia 23, serão entregues prêmios para 37 categorias, incluindo o do júri popular.

Elisa Lucinda é nasceu em Cariacica, na região metropolitana de Vitória. Aos 11 anos, iniciou os estudos de declamação de poemas, arte que exerce até hoje. Formou-se em jornalismo em 1982 e começou a exercer a profissão como repórter e apresentadora de TV, mas acabou trilhando outros caminhos artísticos. Na segunda metade da década de 80, mudou-se para o Rio de Janeiro e entrou para o curso de interpretação teatral da Casa de Artes de Laranjeiras (CAL).

Em 35 anos de carreira, trabalhou em cinema, teatro e televisão. No cinema, o primeiro trabalho foi A Fábula da Bella Palomeira, de Ruy Guerra, em 1987. Em 2020, foi a vencedora do Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de Gramado, pelo conjunto da obra, com o filme Por que Você Não Chora?, de Cibele Amaral, em 2021. Seus últimos trabalhos no cinema foram O Pai da Rita, de Joel Zito Araújo, e Papai é Pop, de Caíto Ortiz, ambos em 2022.

Na televisão, o trabalho mais recente foi a novela Vai na Fé, de Rosane Svartman, encerrada neste ano. Estreou em 1989 em Kananga do Japão, dirigida por Tizuka Yamazaki, na extinta TV Manchete. No palco, Elisa está há 21 anos com o solo Parem de Falar Mal da Rotina. O espetáculo de sua autoria, que deu origem a uma publicação homônima, já percorreu todos os estados brasileiros, além de ter feito temporadas na Holanda, na Espanha, em Portugal, em Moçambique e em Cabo Verde.

Com 19 livros publicados, Elisa Lucinda se tornou uma das mais importantes poetas do Brasil. Entre os destaques de sua obra estão O Semelhante, Eu te Amo e Suas Estreias, A Fúria da Beleza e Vozes Guardadas, além dos romances Fernando Pessoa: O Cavaleiro de Nada, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2015; e Quem me Leva Para Passear, finalista do Prêmio Jabuti 2022 na categoria romance de entretenimento. Também é autora da coleção infantil Amigo Oculto, pela qual ganhou o Prêmio Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Dentro ainda do universo da literatura, a artista fundou, em parceria com a atriz Geovana Pires, a Casa Poema. A instituição cultural desenvolve projetos voltados para o fomento e a popularização da poesia. Em 2021, Elisa Lucinda tomou posse na Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira de Olavo Bilac.

Agência Brasil

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