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Celso Amorim. Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados
Celso Amorim. Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados

O chefe da assessoria internacional da Presidência da República, Celso Amorim, disse não ver chances de retomada do processo de paz entre Israel e Palestina no curto prazo.

Em conversa com a CNN, ele condenou os ataques a Israel, mas também chamou atenção para a postura do governo Benjamin Netanyahu nos últimos anos.

“Quando a esperança [em um processo de paz] desaparece, o desespero acaba prevalecendo”, disse Amorim, em referência a políticas do governo Netanyahu em Israel, como a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.

“Não diminui em absolutamente nada a agressão [contra Israel], obviamente vamos condenar ações contra civis, mas é preciso levar em conta que, enquanto os palestinos tinham alguma esperança na paz, não ocorreu. Não podemos ver isso como um fato isolado.”

Amorim fez questão de ressaltar que essa não é apenas sua análise pessoal. “Ehud Olmert [ex-primeiro-ministro de 2006 a 2009], pensadores importantes, o jornal Haaretz tendem a atribuir primordialmente o que aconteceu ao governo Benjamin Netanyahu”, acrescentou Amorim.

Para ele, o mais relevante neste momento é conclamar à autocontenção, para evitar uma escalada no conflito. “Os países da região precisam atuar diretamente nesse exercício de exortar à autocontenção”.

O assessor internacional disse que não vê o Brasil, apesar da condição de presidente do Conselho de Segurança da ONU em outubro, como protagonista neste momento.

Não descartou algum tipo de atuação mais forte, mas deixou claro que o país não se ofereceu. “Se alguém quiser nos consultar, o nosso telefone é conhecido”, afirmou.

“Para falar a verdade, não prevejo que a retomada do processo de paz possa ocorrer no curto prazo. O importante é preparar o médio e o longo prazo. Não podemos ver isso como um fato isolado”, repetiu.

Daniel Rittner – CNN Brasil

AgoraRN

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