Importante pólo de exportação de frutas, tanto pela expertise no manuseio e exportação quanto pela localização geográfica, o Porto de Natal convive com a expectativa de aumentar a participação de exportação de frutas nos próximos anos. Entre estes fatores, está a possibilidade de um dos berços de atracagem do local ser arrendado pelas empresas Agrícola Famosa e pela Greensea, cuja solicitação foi entregue na semana passada à Companhia Docas do Rio Grande do Norte.
Com previsão de duração de 18 meses, a previsão é de que a Agrícola Famosa passe a embarcar 10 mil pallets por semana durante a safra de melões e melancias. Segundo Luís Roberto Barcelos, sócio da Agrícola Famosa e diretor institucional da Abrafrutas, não apenas a empresa será beneficiada, mas todo o ecossistema de exportação de frutas no estado do Rio Grande do Norte.
“Essa área seria para benefício de todo mundo. Não seria exclusiva da Agrícola Famosa. A Greensea que é a empresa que transporta, quer ampliar a área de atuação, quer trazer frutas de outros estados que produzem, como a Bahia, Pernambuco, Ceará e outras frutas também. Manga, uva, mamão, outras frutas que puderem ser carregadas. Não é uma exclusividade, é aberta também aos produtores”, explicou ao AGORA RN.
Arrendamento não beneficiará apenas Agrícola Famosa
Além de beneficiar as exportações, o arrendamento traria vantagens econômicas ao estado, já que há uma expectativa de aumento do volume de cargas no terminal. “Com a área arrendada a gente pretende aumentar o volume de exportação por conta desses investimentos. E por conta do sucesso que tem sido a operação aí no Porto, muito rápida, muito eficiente. Então com isso a gente realmente pretende ter mais competitividade lá fora e exportar mais”, projetou Barcelos. De janeiro a setembro deste ano, 12.151 toneladas de frutas passaram pelo Porto de Natal, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
De acordo com o sócio da Agrícola Famosa, atualmente há um mix de exportação de frutas via pallets e também por contêineres. “Hoje é um mix. Metade a gente usa os pallets e a outra metade usa container. Para algumas frutas o transporte tem que ter uma cadeia de frio melhor. E alguns destinos por exemplo que a gente não atende com esse navio break boat que a gente chama, como o Oriente Médio, às vezes até Estados Unidos, Leste Europeu. Aí tem que usar os contêineres”, antecipou.
Há a projeção de uma construção de câmara frigorífica para armazenamento de produtos antes deles serem embarcados.
“A gente quer construir uma câmara frigorífica, para poder receber a fruta que vem da fazenda, enquanto aguarda o navio, enquanto tem operação. Pelo menos a fruta fica dentro de uma estrutura refrigerada, então precisamos fazer esse investimento. Por isso a gente pretende arrendar e ter o espaço de um berço, de uma área de atracação também garantida, porque a gente sabe que nós vamos, o navio chegou, já opera, não tem o problema de chegar e às vezes ter fila”, analisou.
O arrendamento do terminal portuário, segundo Barcelos, é visto como algo fundamental para os produtores e também para a economia do estado. A Agrícola Famosa pretende arrendar uma área de quatro mil metros quadrados no porto da capital potiguar. Os executivos da empresa entregaram à governadora Fátima Bezerra e à diretoria da Codern um ofício solicitando permissão de uso do berço. A proposta inclui a construção de um terminal frigorífico, destinado a ampliar o transporte não apenas de melões, mas também de outras frutas como manga e uva.
AgoraRN