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Man standing by the broken vehicle calling tow service.
Foto: Reprodução

A Operação Égide, da Polícia Federal, cumpriu nesta terça-feira 20, sete mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e no Ceará, para apurar suposto crime contra o Sistema Financeiro Nacional. O alvo é uma empresa que estaria oferecendo seguros automotivos sem a devida autorização da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

A meta da operação é colher informações que possam esclarecer e constatar o real envolvimento dos investigados e de novas pessoas com o esquema. Os crimes são o de gerir fraudulentamente instituição financeira, com pena de 3 a 12 de reclusão, e fazer operar, sem a devida autorização, instituição financeira, que tem pena de 1 a 4 anos.

Segundo Ronaldo Dalcin, presidente do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne), o caso deve servir de alerta para a população, principalmente pelo risco ao adquirir um seguro de uma empresa não confiável. “Existem no mercado associações que oferecem ‘proteção veicular’ como se fossem Seguro Automotivo, mas não são”, aponta.

De acordo com o presidente, o modelo de operação dessas cooperativas se baseia no pagamento de mensalidades fixas e cobrança de um valor adicional variável que se destina a cobrir as indenizações ocorridas no período anterior, caso o “caixa” da associação não seja suficiente para arcar com tudo. Ou seja, não há previsibilidade do valor a ser pago mensalmente.

“Além disso, se os associados não quiserem ou não puderem realizar essas contribuições adicionais, o resultado pode ser a falência e o fechamento da cooperativa, sem a responsabilização de quem quer que seja, já que essas entidades, até o presente momento, não são regidas por leis”, explica Ronaldo Dalcin.

O executivo reforça que são muito comuns os casos de pessoas que tiveram seus carros batidos ou roubados e estão há meses aguardando a indenização, sem garantias de que vão recebê-la. “Diferente das empresas seguradoras que oferecem os seguros automotivos, as cooperativas não contam com a supervisão da Superintendência de Seguros Privados (Susep), entidade ligada ao Ministério da Fazenda que regula e fiscaliza o setor de seguros. Por isso, elas não precisam atender às mesmas exigências de proteção ao consumidor feitas às seguradoras, como manter reservas financeiras para honrar os pagamentos, independentemente da quantidade de sinistros, e pagar a indenização integral em até 30 dias”, registra Dalcin.

Soma-se a isso o fato de que, como os clientes são considerados associados dessas cooperativas, e não consumidores de fato, eles não têm seus direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor. “É o famoso barato que sai caro. Por isso, antes de adquirir uma proteção para seu veículo, é muito importante pesquisar, conferir se a empresa que está oferecendo o produto é registrada na SUSEP e, principalmente, consultar um corretor de seguros de confiança, que é a pessoa mais capacitada para indicar as coberturas e seguradoras que melhor atendam às necessidades do cliente”, finaliza Ronaldo.

AgoraRN

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