As marinhas da Rússia, China e Irã começaram nesta terça-feira (12) exercícios navais conjuntos, denominados Maritime Security Strip 2024, nas águas do Golfo de Omã, área afetada por ataques dos rebeldes Houthis, do Iêmen, contra navios.
A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa russo, em comunicado divulgado na rede social Telegram.
Segundo a nota do ministério russo, “durante as manobras, os navios de guerra dos três países realizarão exercícios conjuntos e dispararão contra alvos aéreos e terrestres, além de praticar a libertação de um navio capturado por piratas”.
Neste sentido, o comunicado dos militares russos disse que “mais de 20 navios, embarcações de apoio e embarcações de combate” estarão envolvidos nas ações.
A força naval russa é liderada pelo cruzador de mísseis Variag, navio-almirante da Frota do Pacífico, acompanhado pela fragata antissubmarino Marshal Shaposhnikov.
O porta-voz iraniano para essas manobras navais, almirante Mostafa Tajaddini, declarou à televisão estatal que os exercícios conjuntos visam “a promover a segurança e a cooperação multilateral”, bem como mostrar a boa vontade e a capacidade naval dos aliados.
Tajaddini também afirmou que as ações têm, entre outros objetivos, o de melhorar o comércio, enfrentar “a pirataria e o terrorismo, apoiar atividades humanitárias e trocar informações na área de resgate”.
Representantes das marinhas do Azerbaijão, da Índia, do Cazaquistão, Paquistão, de Omã e da África do Sul participarão dos exercícios como observadores.
Estes são os quintos exercícios navais russo-chineses-iranianos realizados no Golfo de Omã.
A chegada dos navios russos ao porto iraniano de Chabahar, nessa segunda-feira, coincidiu com notícias publicadas na imprensa da Rússia sobre a demissão do comandante-chefe da Marinha, almirante Nikolai Yevmov, após o afundamento de vários navios por drones navais (aparelhos não tripulados) ucranianos.
O diário Izvestia e o portal Fontanka noticiaram, no último domingo, que Yevmov foi substituído pelo comandante-chefe da Frota do Norte, almirante Alexander Moiseyev.
O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, recusou-se ontem a comentar as notícias.
“Existem decretos confidenciais. Não posso comentá-los. Não houve decretos públicos sobre esse assunto”, justificou Peskov.
A nomeação de um novo comandante da frota russa é normalmente anunciada por decreto presidencial.
A confirmar-se a substituição, trata-se de importante remodelação no centro do comando militar russo.
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Agência Brasil