Uma explosão, após suposto ataque com drone na Central Nuclear ucraniana de Zaporizhia não prejudicou a sua segurança, mas acentuou a “situação extremamente grave” na unidade, alertou nesta terça-feira (9) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A agência das Nações Unidas, citada pela Associated Press, indicou que foi informada hoje de uma explosão na maior central nuclear europeia, situada no Sul da Ucrânia e ocupada pela Rússia no início da invasão do país, em fevereiro de 2022. A explosão teria sido causada por um ataque com drone (aparelho aéreo não tripulado).
Nessa segunda-feira, Moscou alegou que a Ucrânia estava por trás de ataques com drones às instalações da central nuclear, ocorridos no dia anterior, e Kiev acusou a Rússia de usar táticas de desinformação.
A AIEA informou no domingo (7) que seus inspetores confirmaram “o impacto físico das detonações de drones” e observaram como “as tropas russas enfrentaram o que parecia ser um drone que se aproximava”.
Os ataques mais recentes não comprometeram a instalação, que foi projetada para resistir à colisão de um avião comercial, disse a agência
O órgão de vigilância da ONU tem expressado repetidamente que o conflito pode gerar um desastre nuclear, lembrando a explosão de um reator em Chernobyl, em 1986, no Norte da Ucrânia, que projetou radiações mortais por vasta área.
Os seis reatores de Zaporizhia estão desligados há meses, mas a central ainda precisa de energia e de pessoal qualificado para operar sistemas de refrigeração cruciais e outros recursos de segurança.
Oleksandr Kharchenko, diretor do Centro de Pesquisa da Indústria Energética, com sede em Kiev, disse que não fazia sentido que as forças ucranianas atacassem a central nuclear porque a Ucrânia necessitará da energia que produz, numa fase em que a Rússia voltou a visar a rede elétrica do país.
“O ponto principal para o lado ucraniano neste momento, especialmente na situação em que nos encontramos, é salvar Zaporizhia, porque, para os nossos sistemas energéticos, essa unidade é uma mudança crítica no jogo”, disse Kharchenko.
A guerra na Ucrânia prolonga-se há mais de dois anos, sem avanços significativos de ambas as partes. A Rússia tem assumido a iniciativa nos últimos meses e feito progressões no Leste do país, diante das forças ucranianas que enfrentam falta de homens e de munições.
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Agência Brasil