O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) denunciou, na noite desta segunda-feira (6), a falta de bebedouros em funcionamento para pacientes e acompanhantes no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal. Segundo o sindicato, a situação foi agravada após o desabamento do teto próximo à sala de endoscopia, que danificou o principal bebedouro da unidade.
De acordo com o Sindsaúde, a ausência de água potável obriga os acompanhantes a trazerem água de casa ou a comprarem no local, situação que afeta principalmente famílias em situação de vulnerabilidade financeira. “Essa situação configura uma grave violação do direito à saúde e à dignidade”, afirmou a entidade em nota.
O sindicato atribui o problema à precarização crônica do maior hospital público do estado e criticou a ausência de medidas do Governo do RN para resolver a situação. “É inconcebível que um hospital de referência deixe pacientes e acompanhantes sem acesso a um recurso tão básico quanto a água potável”, declarou.
A entidade cobra a reinstalação urgente de bebedouros ou a implementação de alternativas para garantir o acesso à água potável. Além disso, reforçou a necessidade de recuperar a infraestrutura do hospital, que tem enfrentado problemas recorrentes.
Pelo menos três enfermeiras tiveram pertences furtados dentro do Hospital Walfredo Gurgel, no Tirol, zona Leste de Natal. O caso aconteceu na madrugada desta segunda-feira (23).
De acordo com as informações, a pessoa que cometeu o furto entrou pela obra que está sendo realizada no hospital e teve acesso à sala de enfermagem. A janela foi arrombada para que a pessoa chegasse aos bens.
“O pessoal da enfermagem estava voltando para o setor da gerência de enfermagem, que fica embaixo, perto do politrauma, se deparou com a sala arrombada. O que se vê nas imagens são bolsas mexidas, documentos no chão, uma servidora sentiu falta da sua bolsa, que foi levada”, explicou o coordenador do Sindsaúde, Carlos Alexandre.
Ele lamentou o caso de insegurança dentro da maior unidade hospitalar do estado. “Isso é muito sério. O profissional está aqui se doando, de madrugada, prestando seu serviço. Trabalhar de madrugada já é exaustivo, e agora vão trabalhar preocupados com furtos”, afirmou.
O Governo do Rio Grande do Norte, sob a liderança da governadora Fátima Bezerra, anunciou nesta segunda-feira (18) um conjunto de medidas para enfrentar a superlotação no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade de saúde do estado. As ações, articuladas por uma força-tarefa instituída pelo governo, foram detalhadas após uma reunião entre representantes da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Ministério Público e outras autoridades.
As medidas anunciadas pelo Governo do Rio Grande do Norte estão centradas em três eixos: a criação de um grupo gestor, liderado pela secretária adjunta da Sesap, para otimizar o fluxo de pacientes e reduzir o tempo de permanência no Walfredo e demais hospitais da região metropolitana; a aceleração das obras do segundo andar, com previsão de entrega até 30 de novembro, permitindo a abertura de 39 novos leitos; e a articulação com o Ministério Público e a Justiça para para ampliar leitos em outras unidades, como os hospitais Alfredo Mesquita, em Macaíba, e João Machado, em Natal, garantindo um atendimento mais eficiente e direcionado.
A secretária estadual de Saúde, Lyane Ramalho, destacou a importância das medidas emergenciais e do trabalho coordenado para solucionar a crise no hospital. “Essa força-tarefa é parte de um esforço coletivo que já vinha sendo planejado há dias. Apresentamos um plano de contingência baseado em ações imediatas, como a abertura de novos leitos, para aliviar a pressão sobre o Walfredo Gurgel. A entrega do segundo andar do hospital, prevista para o dia 30 de novembro, vai possibilitar a criação de 39 leitos, e estamos empenhados em concluir antes do prazo.”
Outro ponto abordado foi a redistribuição de pacientes que não têm perfil de alta complexidade. Lyane explicou: “Já estamos negociando com o Ministério Público e outras unidades, como o Alfredo Mesquita e o Hospital João Machado, para que esses pacientes possam ser atendidos em outros hospitais. Esse movimento é essencial para reorganizar a rede e garantir que o Walfredo se concentre nos casos mais graves.”
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, referência em atendimento de urgência e emergência no Rio Grande do Norte, está tomando medidas com relação a uma nova modalidade de golpe, que tem como alvo familiares de pacientes internados na unidade.
De acordo com denúncias recebidas, pessoas estão se passando por profissionais médicos do hospital e entrando em contato com os familiares por telefone. Os criminosos solicitam transferências bancárias para a realização de exames ou a compra de medicamentos, alegando que são necessários para o tratamento dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A gestão da unidade está formalizando uma denúncia junto à Polícia Civil, requisitando a abertura de uma investigação sobre as denúncias.
O diretor geral do hospital, Geraldo Neto, reforça que todos os cuidados disponibilizados são totalmente gratuitos. “O Hospital Walfredo Gurgel não solicita nenhum tipo de pagamento por telefone para a realização de exames ou aquisição de medicamentos. Essa é uma prática criminosa e as pessoas devem ficar atentas e denunciar imediatamente”, alerta o diretor.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) reforça o alerta para toda a rede estadual de saúde e pede que a população denuncie imediatamente qualquer prática de ligação requisitando recursos dos pacientes e suas famílias. Se receber uma ligação solicitando qualquer tipo de pagamento em nome de um hospital da rede pública estadual, a população não deve fornecer dados bancários e imediatamente registrar um boletim de ocorrência, além de comunicar o fato ao hospital.
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, principal unidade de saúde pública da rede estadual, registrou, no mês de agosto, um novo recorde de atendimentos a acidentes envolvendo motociclistas. Durante os 31 dias do mês, 899 pessoas deram entrada no hospital, localizado em Natal, vitimadas por quedas de moto.
Desses, 346 foram acidentados em vias da capital e cerca de 70% da Grande Natal. Assim, além do novo recorde, os acidentes de moto alcançaram, pela primeira vez na história, o posto de principal causa de internação nos leitos do Walfredo Gurgel, ultrapassando os casos de AVC e queda da própria altura.
A subida nos números, em especial durante julho e agosto, que registraram os recordes seguidos da série histórica, suscitou uma intensificação do Programa Vida no Trânsito (PVT). Durante a manhã desta quinta-feira (12), os integrantes do PVT, representados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, secretarias municipais de Saúde (SMS) e de Mobilidade Urbana (STTU), Departamento Estadual de Trânsito, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Comando de Policiamento Rodoviário Estadual da Polícia Militar (CPRE), reuniram-se na sede da superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, para apresentar os dados à imprensa e as ações que já estão sendo realizadas para combater o quadro crítico.
“Cada cirurgia ortopédica feita no Walfredo Gurgelcusta em torno de R$ 6 mil. Vão se somando período de internação, medicamentos, novas cirurgias e outros custos. O cálculo do que o Walfredo aporta apenas para tratar dos acidentes de moto é de aproximadamente R$ 20 milhões por ano, e crescendo. Para além dos números e da própria pressão que o hospital sofre, estamos falando de vidas. São pessoas em sua maioria homens entre 21 e 50 anos, que ficam com sequelas, impossibilitados de trabalhar, com a família sofrendo. Então, fazemos um apelo para que as pessoas possam ter mais cuidado e paciência”, afirmou a secretária-adjunta da Sesap, Leidiane Queiroz.