A Rede Eu Sou do Amor comemora na próxima segunda-feira (28), às 19 horas, no auditório da Biblioteca Zila Mamede na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), um ano de fundação. A data será celebrada com um recital poético e o lançamento do livro a Química do Amor – uma alternativa para se libertar das drogas – autoria de Paulo Delage.
A Rede Eu Sou do Amor tem como missão ser ponte e fortalecer o elo entre as pessoas, empresas e instituições que querem ajudar na promoção de um mundo melhor. Paulo Delage é um dos primeiros integrantes da rede. O seu livro traz interessantes questionamentos que leva a surpreendentes respostas. O que faz um ser humano cultivar um hábito sabidamente autodestrutivo desde a infância? Seria a falta de amor próprio? Ausência de estrutura familiar? Curiosidade? Vontade de se auto afirmar em grupo?
O autor Paulo Herculano Delage Lemos sabe bem o que isso significa. Ele é mineiro, há 5 anos mora em Natal e dedicou 4 décadas de sua vida às drogas. Mesmo sendo consumidor diário de vários tipos de entorpecentes, tem quatro formações superiores: Economia, Administração, Contabilidade e Análise de Sistemas e trabalhou em grandes empresas do eixo Rio-São Paulo. Depois de sua vigésima sétima internação conseguiu que a droga deixasse de fazer sentido para ele.
“Eu me perdi no mundo das drogas aos 11 anos de idade. Queria ser reconhecido como o menino mais bonito e mais inteligente da turma. Como isso não acontecia, me sentia um pobre coitado mesmo sendo orgânica e fisiologicamente perfeito. Além disso, outros aspectos contribuíram para minha drogadição: a curiosidade foi o primeiro passo. Escutei várias ‘lendas’ em torno das drogas e, quando confrontado com a realidade, percebi que tais histórias não batiam. Resolvi pagar para ver aonde estava a verdade e, nessa busca, me perdi. Eu ‘culpava’ Deus por ter me feito feio e a sociedade por me julgar assim. Somos todos doentes em menor ou maior grau. Creio que a modificação comportamental se dá em função da expansão da consciência que por sua vez é resultado de um esforço de aprendizado. Aprendi isso aqui em Natal quando comecei a participar da Rede Eu Sou do Amor e hoje a droga já não me atrai mais”
“A Química do Amor” tem 123 páginas e foi impresso com apoio de amigos da Rede e da Ong Baobá, conta com prefácio do filósofo e Doutor em psicologia José Ramos Coelho que acompanhou o autor quando as crises de abstinência eram frequentes e intensas. “Nos tratamentos convencionais (com internação e medicamentos) 90% dos adictos recaem no vício. A razão desse fracasso quase completo reside na dificuldade de mudar na mente a sua relação de apego e dependência com a droga. O caso de Paulo é a esse respeito exemplar. Ele descreve de forma clara como passou a integrar o grupo seleto dos 10% dos vencedores de si, sem uso de nenhum tipo de medicamento”, disse Ramos.