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Pessoas caminham em rua de Porto Príncipe
 19/3/2024    REUTERS/Ralph Tedy Erol
© REUTERS/Ralph Tedy Erol

Pelo menos 20 pessoas morreram durante ataque a um batalhão da polícia do Haiti por homens armados na cidade de Gressier, disseram as autoridades haitianas.

O país é palco, há vários meses, de violências entre gangues, o que provocou grave crise humanitária e levou a comunidade internacional a enviar uma missão de segurança liderada pelo Quênia.

O número de mortos foi confirmado pelo presidente da Câmara de Gressier, Jean Vladimir Bertrand, que disse que a situação continua tensa, apesar de o ataque ter ocorrido no domingo (30), informou o jornal Gazette Haiti.

Esta onda de violência provocou cerca de 600 mil deslocados internos no país, mais de metade crianças, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“As crianças do Haiti continuam a enfrentar múltiplos perigos, incluindo uma violência terrível e níveis críticos de deslocamento”, afirmou a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell.

O número de crianças deslocadas aumentou 60% desde março – ou seja, uma criança deslocada por minuto – sendo muitas delas forçadas a juntar-se a gangues.

“A catástrofe humanitária que se desenrola perante os nossos olhos tem efeito devastador nas crianças. Elas precisam desesperadamente de um ambiente seguro e protetor, bem como de maior apoio e financiamento por parte da comunidade internacional”, acrescentou Russell.

O Haiti está sem presidente desde que um grupo de homens armados invadiu a residência oficial para assassiná-lo, no início de julho de 2021.

Pouco tempo depois, Ariel Henry assumiu o cargo de primeiro-ministro em meio a críticas e após vários anos de instabilidade.

Em março deste ano,ele pediu demissão depois de uma onda de violência que abalou o país.

Desde então, foi criado um Conselho Presidencial de Transição do Haiti, liderado pelo antigo presidente do Senado haitiano entre 1995 e 2000, Edgard Leblanc.

O conselho elegeu o antigo primeiro-ministro Garry Conille (2011-2012) como novo chefe do governo de transição. O objetivo é preencher temporariamente o vazio político numa fase que deverá terminar com eleições em 2026, uma década após as últimas eleições.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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