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Naely foi assassinada dentro de sua casa em Ipueira
Naely foi assassinada dentro de sua casa em Ipueira

O Tribunal do Júri da Comarca de Caicó (RN) volta a se reunir na próxima quarta-feira, dia 19 de março, as partir das 08h30min. Sentam no banco dos réus Antoniel Filho Pedrosa Abdias e Carlos André de Medeiros Oliveira, acusados da morte de Naely Heloísa Araújo dos Santos e da tentativa de homicídio contra Kauet Vieri da Silva de Medeiros. O crime ocorreu em 25 de fevereiro de 2023, na cidade de Ipueira (RN).

O julgamento acontecerá no Fórum Amaro Cavalcante. Os réus estão presos preventivamente.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, os réus teriam agido de forma premeditada e juntos. Cometeram o crime por motivo torpe, com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, eles são acusados de causar lesões corporais em Kauet Vieri, companheiro da mulher.

A denúncia do MPRN foi recebida em 7 de junho de 2023, e após a fase de instrução, o juiz decidiu mandar os dois a Júri Popular.

Os advogados de defesa dos acusados foram contrários à decisão do magistrado, pedindo que os réus não fossem mandados a júri, sob a alegação da falta de elementos suficientes, mas não obtiveram êxito.

Além disso, a defesa de Carlos André de Medeiros Oliveira ingressou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça do RN, buscando a nulidade de seu depoimento na fase de inquérito policial e a revogação da prisão preventiva, mas o pedido também foi negado.

O crime

Na denúncia do Ministério Público, consta que, em 25/02/2023, por volta das 00h30min, na residência localizada na Rua João Manoel, nº 71, Centro, Ipueira/RN, ANTONIEL FILHO PEDROSA ABDIAS e CARLOS ANDRÉ DE MEDEIROS, em conluio, mataram NAELY HELOÍSA ARAÚJO DOS SANTOS e tentaram contra a vida de KAUET VIERI DA SILVA DE MEDEIROS.

KAUET VIERI DA SILVA DE MEDEIROS estava com sua companheira NAELY HELOÍSA ARAÚJO DOS SANTOS no quarto de sua residência quando, ouviram um barulho vindo da cozinha. ANTONIEL arrombou a porta gritando: “PRO CHÃO, POLÍCIA! PRO CHÃO, POLÍCIA”.

Ele então foi até o quarto do casal e agrediu KAUET desferindo golpes em seu braço com a parte de trás do machado. Nesse momento, NAELY começa a ser agredida por ANTONIEL também com a parte de trás de um machado. Ela correu para a cozinha, mas foi surpreendida por CARLOS, que segurando um pedaço de pau, impedindo que a vítima fugisse, forçando-a a voltar para a sala.

NAELY reconheceu ANTONIEL e pediu para ele não fazer aquilo. No momento, ela estava apanhando com golpes de machado e repetiu por cerca de cinco vezes a frase: “PARA, ANTONIEL! PARA, ANTONIEL”. Nesse momento, KAUET VIERI aproveita a oportunidade e foge do imóvel pulando a janela do quarto. NAELY tenta fugir pela porta da frente, porém, ao chegar ao portão da área que dá acesso à rua, é agredida por ANTONIEL com um golpe de machado na parte posterior da cabeça sem qualquer chance de defesa, indo a óbito.

Ainda conforme consta nos autos, a motivação do crime teria sido o fato de a vítima NAELY ter vendido drogas a ANTONIEL, e esse ter pago entregando um aparelho celular de qualidade inferior ao combinado. Isso teria gerado uma discussão entre as partes. Após tal fato, a vítima NAELY se recusou a vender drogas para ANTONIEL, que ficou irritado, tendo o mesmo chamado seu cunhado, CARLOS ANDRÉ, para cometer o crime.

Na fase de instrução do processo, o réu CARLOS ANDRÉ DE OLIVEIRA, vulgo “caquinho”, exerceu o seu direito constitucional de permanecer em silêncio. Já o acusado ANTONIEL FILHO PEDROSA ABDIAS, afirmou que “não são verdadeiras as acusações que lhe estão sendo feitas; que conhecia Naely da rua; que no dia dos fatos estava com a sua esposa em sua casa e não teve contato com Naely ou com Kauet”.

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