Enquanto o grupo de Fátima Bezerra se articula em torno de nomes como Ezequiel Ferreira ou Cadu Xavier, a oposição exibe um leque variado de possíveis concorrentes com ambições próprias.
1. Álvaro Dias (Republicanos)
O ex-prefeito de Natal e caicoense de nascimento, Álvaro Dias, confirmou sua pré-candidatura ao Governo em fevereiro de 2025, batendo forte no discurso crítico à administração Fátima Bezerra e promovendo sua gestão urbana como cartão de visita.
Tática: usar a bandeira da “oposição responsável” e se legitimar como alternativa viável à direita populista, embora reconheça que, se for rejeitado no campo da maioria, pode recuar para disputar o Senado ou até ser candidato a deputado federal.
2. Senador Styvenson Valentim (PSDB)
O Senador Styvenson, figura emblemática da Lei Seca no RN, migrou do Podemos para o PSDB no início de 2025, acendendo rumores de que poderia disputar o Governo — mas somente se Rogério Marinho ficar de fora.
Nas declarações mais recentes, ele se posiciona como saída técnica da oposição, condicional e pragmática: “se Rogério não for, eu posso ser”.
Além disso, defende que seja feita uma prévia via pesquisas entre os opositores para escolher o nome mais competitivo
3. Allyson Bezerra (União Brasil)
O prefeito de Mossoró desponta entre os nomes com maior potencial eleitoral — e já figura muito junto ao eleitorado em levantamentos recentes, literalmente empatado tecnicamente com Styvenson.
Com apenas 33 anos, sua narrativa de servidor público que venceu no interior agrada e possui apelo na base da direita moderada.
O tabuleiro tático da oposição
Rogério Marinho (PL) ainda é o nome mais poderoso da direita, mas há especulações de que não disputará o governo, abrindo espaço para Styvenson assumir esse papel.
A pesquisa Paraná Pesquisas (fev/2025) mostrou empate técnico entre Styvenson (22,5 %), Allyson (22,2 %) e Natália Bonavides (17,5 %), com Álvaro já marcando 9,2 %, o que sinaliza dispersão, mas também competitividade na oposição.
Bastidores
Sob o verniz das convenções partidárias, os grupos mais conservadores ainda tentam definir quem dá palanque mais forte. Styvenson claramente desilude Álvaro e Allyson ao afirmar que só entraria se Rogério ficar fora. Enquanto isso, Álvaro, apesar da ambição, percebe que está sendo empurrado para disputar o Senado — algo que ele não nega, embora prefira majoritária.
Conclusão
A oposição potiguar ainda está em estágio de performance: nomes e egos se digladiam nos bastidores, sondagens de pesquisas e embates de estratégia.
Enquanto Ezequiel, Cadu e companhia governista se articulam com cautela, a direita nordestina se mostra dividida — e possivelmente mais quente, exatamente pelo contraste entre ambição declarada e realismo pragmático.
Fica claro: quem também joga pesado em 2026 é essa turba de cabeças grandes, mas sem um consenso que morda forte a resistência petista.